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Politica Brasil
Segunda - 23 de Outubro de 2006 às 09:32

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O diário financeiro britânico Financial Times, diz em sua edição desta segunda-feira que as reformas necessárias para colocar o País na rota do crescimento parecem "menos prováveis" em eventual mandato do presidente Luis Inácio Lula da Silva, se ele cumprir o discurso que tem lhe garantido vantagem eleitoral na campanha do segundo turno. Notando a impopularidade das reformas liberalizantes promovidas pelo governo tucano na segunda metade da década de 90, o jornal afirma que a campanha de Lula tem procurado diminuir a importância de se promover um corte de gastos públicos.

O FT diz que o discurso mais claramente à esquerda adotado pelo candidato petista, "retrata o PSDB como um partido da extrema direita contrário a todo envolvimento do Estado na economia".

O sucesso desta estratégia tem exercido "pressão" eleitoral sobre Alckmin, que chegou a rejeitar a necessidade da reforma previdenciária, interpreta o Financial Times.

"Isto é uma heresia para a maioria dos economistas. O perigo de uma vitória retumbante de Lula, na visão dos que defendem a ortodoxia, é que as tão necessárias reformas fiquem mais distantes, deixando o Brasil com poucas chances de crescer além da média anual de 2,5% dos últimos 15 anos".

O jornal britânico afirma que o eleitor brasileiro ¿ que surpreendeu ao levar as eleições para a segunda rodada ¿ está prestes a dar outro "choque" no dia 29 de outubro: dar a Lula uma "vitória esmagadora" sobre Geraldo Alckmin.

Luta de classes O "discurso radical" por trás do crescimento de Lula nas pesquisas também foi destaque de uma matéria do jornal argentino Clarín.

A reportagem do diário acompanhou um comício do candidato em Cidade Tiradentes, na periferia de São Paulo, no qual o candidato petista "enfatizou a luta de classes" da política brasileira, e retratou Geraldo Alckmin como "parte do 'pólo contrário' aos interesses populares".

"Em Cidade Tiradentes, onde o que abunda é o pobre, as cartas já estão dadas. Ali, os votos vão para Lula", diz o Clarín. "Falta ver o que acontece com a classe média paulista, que está menos definida que no primeiro turno, e no próximo domingo pode apoiar Lula, apesar das denúncias cotidianas de corrupção contra ele".

Golpismo O espanhol El País traz uma entrevista com o ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, que diz que existe no Brasil um "golpismo de natureza política, não militar" para evitar que o presidente Lula seja reeleito.

"Tememos que se articule um trama parecida com a de 1989", ele afirmou, segundo o jornal. "Mas sabemos que uma grande parte da oposição não faz essa opção", ressaltou.

O ministro afirmou que, ao "tentar deslegitimizar" Lula, um dos principais caciques do PSDB, Fernando Henrique Cardoso, "não se comporta como ex-presidente".

Tarso Genro disse ainda que "em relação ao PT, a operação limpeza está em curso, e vai se aprofundar".

Língua de Camões O diário The New York Times aproveita uma matéria sobre o Museu da Língua Portuguesa, recém-aberto em São Paulo, para dizer que, "finalmente, uma língua menosprezada é colocada no pedestal".

"Mais gente é nativa em português que em francês, alemão, italiano ou japonês. Por isso, os 230 milhões de lusófonos (ao redor do mundo) se ressentem de que o resto do mundo freqüentemente vê sua língua mãe como menor, e que seus escritores, poetas e compositores tendam a ser desconhecidos", afirma o NYT.

A reportagem acrescenta que a iniciativa de fundar o museu ¿ já um dos mais visitados do País, segundo a matéria ¿ existe no contexto de uma tentativa de reforçar e promover a cooperação entre os Países de língua portuguesa, que o Brasil pode e deve liberar.

"Hispânicos às vezes brincam, dizendo que o português é apenas 'espanhol mal pronunciado'. Mas por causa do tamanho e da dinâmica econômica do Brasil, cidades como Buenos Aires e Santiago, nos Países vizinhos, estão agora inundadas por panfletos e cartazes oferecendo cursos de português", diz o jornal.





Fonte: BBC Brasil

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