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Internacional
Domingo - 22 de Outubro de 2006 às 22:05

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Destacados democratas no Senado dos Estados Unidos insistiram neste domingo para que a Casa Branca não deixe para depois das eleições legislativas, a serem realizadas dentro de duas semanas, a apresentação ao governo do Iraque de um cronograma para que Bagdá assuma um papel maior na segurança daquele país.

O senador democrata Carl Levin, integrante da Comissão dos Serviços Armados, disse que o projeto de estratégia para o Iraque que, segundo informações, está sendo esboçado para o presidente George W. Bush, especificando formas de reduzir a violência sectária, também deve incluir uma programação para a retirada das forças norte-americanas do país.

"Não devemos esperar até o fim do ano para apresentar marcos. Devemos fazer isso agora. Devíamos ter feito isso há muito tempo", disse Levin, senador pelo estado do Michigan, no programa "Fox News Sunday."

O descontentamento dos eleitores com a guerra do Iraque é um dos principais motivos pelos quais os republicanos, mesmo partido de Bush, estariam correndo um risco cada vez maior de perder o controle da Câmara de Representantes (deputados) e do Senado, nas eleições de 7 de novembro.

A expectativa de retirada dos soldados dos EUA deve ser a chave de qualquer plano, acrescentou Levin. "Porque sem essa pressão de os nossos soldados estarem deixando o Iraque dentro de alguns meses, os iraquianos não vão fazer o que apenas eles podem fazer, que é achar uma solução para essas diferenças políticas", afirmou.

Na campanha eleitoral, os democratas e muitos republicanos pediram que Bush revise sua estratégia para o Iraque devido à violência por parte de insurgentes e seitas rivais, que se intensifica e ameaça a degenerar em uma guerra civil.

O jornal New York Times disse que o general George Casey e o embaixador Zalmay Khalilzad, os mais altos militares dos EUA e representantes civis do Iraque, juntamente com o Pentágono, preparam um plano para a Casa Branca. O jornal disse na edição deste domingo que o plano vai incluir um cronograma com marcos determinados para o governo iraquiano, inclusive para o desarmamento das milícias e a expansão do seu papel na segurança.

O jornal disse que o plano será apresentado ao primeiro-ministro iraquiano, Nuri Kamal al-Maliki, antes de 2007 e será executado mais ou menos nos doze meses seguinte. Os detalhes ainda estão sendo trabalhados.

CASA BRANCA DESMENTE

O senador John Kerry disse que Bush não deve esperar até depois da eleição para divulgar o plano.

"Acho imoral pôr as vidas de jovens americanos em perigo, à espera de um evento no dia da eleição ou uma estratégia eleitoral", disse Kerry, democrata pelo estado de Massachusetts, no programa "This Week," da rede de TV ABC. "Se o senhor tem uma estratégia melhor, senhor presidente, nós merecemos conhecê-la agora."

O senador Arlen Specter, republicano da Pensilvânia, disse no "Late Edition," da CNN: "Não creio que uma mudança de tática deva esperar até depois da eleição. Há vítimas demais lá. Se temos um curso melhor a seguir, devemos adotá-lo logo e não depois."

Uma porta-voz da Casa Branca, porém, desmentiu a versão do New York Times.

"A história não é precisa, mas estamos constantemente desenvolvendo novas táticas para alcançar a nossa meta", disse à Reuters a porta-voz da Casa Branca Nicole Guillemard.

E o presidente da Comissão de Serviços Armados, o senador republicano John Warner, que recentemente começou a criticar a forma como a guerra é conduzida, disse em entrevista à Fox que estabelecer um cronograma para a retirada seria uma tática errada.

"Não devemos indicar uma data fixa porque a situação é muito dinâmica. Piorou", disse Warner. "Ela se despedaçou."

Indagado na semana passada sobre se uma mudança na estratégia para o Iraque aconteceria agora e não depois das eleições, Bush reiterou que é flexível a ajustes em suas políticas.

Mas, falando à ABC, ele não deu nenhum indício de que estaria aberto a uma grande revisão de táticas, como exigem seus críticos, e fontes da Casa Branca a consideram pouco provável no curto prazo.

"Sou paciente. Não sou paciente para sempre. E não sou paciente com ociosidade", disse Bush no seu programa "This Week", que foi ao ar na quarta-feira e novamente no domingo.





Fonte: Reuters

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