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Politica Brasil
Domingo - 22 de Outubro de 2006 às 17:59

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Diante de milhares de pessoas no carente bairro de Cidade Tiradentes, extremo da Zona Leste da capital paulista, o presidente-candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse que os rivais e defensores do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, deveriam apelar ao divino e torcer por uma vitória dele (Lula).

"Ao invés de eles ficarem com tanta bronca de mim, eles deveriam pedir a Deus que eu ganhasse porque ia deixar o Brasil muito melhor", discursou Lula em comício neste domingo sob um sol escaldante.

O petista, que tem vantagem de 20 pontos em relação ao tucano de acordo com as últimas pesquisas de intenção de voto, disse que no início se sentiu chateado por não vencer a disputa no primeiro turno, mas mudou de idéia porque, neste mês de campanha de segundo turno, está podendo provar "quem é quem."

Lula esteve acompanhado pela primeira-dama, Marisa Letícia, pelos ministros Celso Amorim (Relações Exteriores), Luiz Marinho (Trabalho), Matilde Ribeiro (Igualdade Racial), pelo presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), pela ex-prefeita Marta Suplicy e pelo senador Aloizio Mercadante.

Durante o comício, o presidente-candidato recebeu o apoio do apresentador de TV Netinho de Paula, que alertou para a "luta de classes que estamos vivendo neste momento".

"Voto em um cara que já passou pelas coisas que a gente já passou. Um cara que viveu coisa que só gente que é do gueto viveu", afirmou o apresentador, acrescentando que levava o apoio do movimento "hip-hop" paulistano, ao lado do cantor de forró e deputado eleito Frank Aguiar (PTB-SP).

Depois de Aldo Rebelo acusar Alckmin de parecer "personagem de uma propaganda do ''Itaú Personalité"'' e de classificar o público do tucano de "típico do torneio de tênis da Costa do Sauípe", Lula afirmou que governou para os mais pobres e que o Brasil "não é país de jogador de tênis agora".

Esse torneio é disputado em um luxuoso resort baiano e, atualmente, não há nenhum brasileiro no ranking dos 100 melhores tenistas do mundo, segundo a Associação dos Tenistas Profissionais (ATP). Na mesma listagem, há nove argentinos e um peruano.

LIMOSINE PARA O POVO

Em um discurso que durou pouco mais de 20 minutos "para preservar a voz para o debate" da TV Record na segunda-feira, Lula negou as acusações de que tenta dividir o país entre ricos e pobres e disse que, se dependesse dele, o povo andaria em uma limosine como a usada pelo apresentador Netinho em seu programa de TV.

Sem se referir aos casos de corrupção envolvendo membros do PT, do governo e da base aliada no Congresso, o petista repetiu que mudou a relação entre o Estado brasileiro e os mais pobres.

"Em época eleitoral, pobre vale mais que banqueiro. Mas, depois das eleições, o pobre não é convidado nem para tomar um cafezinho... a gente mudou isso desde a vitória em 2002", acrescentou Lula.

Após pedir menos propaganda para a primeira-dama, que teve o nome gritado por petistas —"depois quem paga o pato sou eu" —, o presidente-candidato bateu na tecla de que Alckmin tem histórico privatista e botaria em risco estatais como a Petrobras e o Banco do Brasil.

O tucano nega que colocará as empresas a venda caso seja eleito.

Referindo-se às privatizações de estatais durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), Lula insistiu: "Eles só não privatizaram mais porque não puderam."

Além das críticas aos tucanos, o petista citou programas governamentais como o Bolsa Família e o Luz para Todos e prometeu mais 300 mil vagas em universidades particulares por meio do Prouni (Programa Universidade para Todos).





Fonte: Reuters

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