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Politica Brasil
Sábado - 21 de Outubro de 2006 às 13:50

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O empresário Darci José Vedoin confirmou na sexta-feira (20) à Justiça Federal de Cuiabá (MT) que Abel Pereira, amigo do ex-ministro da Saúde Barjas Negri (governo Fernando Henrique Cardoso), era o articulador da liberação de recursos de emendas parlamentares no Ministério da Saúde para a compra de ambulâncias superfaturadas, segundo o procurador da República Mário Lúcio Avelar.

Para facilitar a liberação de recursos, Abel Pereira recebia o equivalente a 6,5% do valor de cada uma das ambulâncias vendidas a cerca de 500 prefeituras entre 2001 e 2002. Naquele período, Barjas exerceu primeiramente o cargo de secretário-executivo do Ministério da Saúde. Na seqüência, assumiu o posto de ministro, no lugar de José Serra, governador eleito de São Paulo.

Darci é sócio-proprietário da Planam, empresa que comandava a máfia dos sanguessugas (venda superfaturada de ambulâncias). O esquema envolvia pelo menos 72 parlamentares, entre deputados e senadores, que apresentavam emendas para a área da saúde para propiciar a liberação de recursos para prefeituras.

Ontem, a Justiça Federal de Cuiabá ouviu também os empresários Luiz Antonio Vedoin, chefe da máfia dos sanguessugas e filho de Darci, e Ronildo Medeiros. Na quarta-feira (18), o próprio Medeiros já havia afirmado à Justiça mato-grossense que depositava o dinheiro de propina em contas de Abel Pereira.

Medeiros é proprietário de duas empresas, a Frontal e a Medical Equipamentos Hospitalares. Investigação da Procuradoria da República e da Polícia Federal revela que essas empresas teriam sido constituídas para forjar resultados de licitações. O esquema liderado pela Planam desviou mais de R$ 100 milhões.

Na segunda-feira (23), Abel Pereira será ouvido pela Polícia Federal no inquérito que investiga o dossiê contra tucanos, pelo qual pessoas ligadas ao PT iriam pagar R$ 1,75 milhão. Também na segunda, o juiz Jeferson Schneider, da 2ª Vara Federal do Moto Grosso, deve dar um parecer sobre o pedido do PT para eliminar o segredo de Justiça do processo.

Abel Pereira

Na quarta-feira, o advogado de Abel Pereira, Eduardo Silveira Mello Rodrigues, disse que seu cliente jamais recebeu dinheiro de propina da máfia dos sanguessugas. "Não existe qualquer depósito dos Vedoin para Abel, quer direta quer indiretamente."

Rodrigues destacou que o próprio Abel, preocupado com o envolvimento do seu nome no caso e com uma eventual cilada de inimigos, antecipou-se e fez uma varredura em todas as suas contas bancárias em busca de eventual depósito de origem desconhecida. "Não existe nenhum depósito em contas de Abel ou de parentes ou de amigos que o cercam."





Fonte: G1

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