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Agronegócios
Sábado - 21 de Outubro de 2006 às 06:47

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O plantio da nova safra (06/07) de soja teve início há cerca de duas semanas em Rondonópolis. Até a última segunda-feira, cerca de 7% da área já haviam sido semeados, conforme dados do levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), entidade ligada à Federação da Agricultura e Pecuária do Estado.

Ainda não há nenhuma estimativa sobre quantos hectares serão plantados no município (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá), nem se haverá corte na área cultivada. Na última safra, conforme levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a soja ocupou uma área de 69 mil hectares (ha), o que resultou em uma produção de 173,880 mil toneladas (t) da oleaginosa.

Em Mato Grosso, o primeiro levantamento de intenção de plantio feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) aponta para uma redução de 12% a 15% na área de cultivo de soja. Isto significa que a leguminosa deverá ocupar entre 5,007 milhões/ha e 5,181 milhões/ha. No ciclo anterior (05/06) os agricultores do Estado plantaram 5,891 milhões/ha.

O produtor rural de Rondonópolis, Marcos Räder, conta que começou o plantio desta safra no dia 14 de outubro, ou seja, há uma semana. De acordo com o agricultor, em torno de 15% da área total já foi semeada.

Räder conta que neste ano vai plantar 2 mil/ha de soja. Metade da área será cultivada em Rondonópolis e metade na propriedade localizada em Itiquira (124 km de Rondonópolis).

Segundo ele, a área cultivada terá corte de 20% em relação à extensão plantada na safra passada. Ele explica que o corte na área foi feito devido à falta de perspectivas para o preço da soja. Além disso, o produtor ressalta que teve problemas para conseguir crédito para financiar o custeio desta safra. Sem recursos, a aplicação de tecnologia ficará comprometida.

O volume de fertilizantes aplicados no solo nesta safra será 50% menor que o volume utilizado no ciclo 05/06. Para aproveitar melhor os insumos e fazer uma lavoura de baixo custo, a alternativa encontrada por Räder foi eliminar o que ele chama de áreas marginais, que são as extensões de terra arenosas ou com histórico de baixa produtividade. “Estamos apostando nas áreas mais férteis”, exclama. Apesar da estratégia, ele admite a possibilidade de uma redução na produtividade da soja, ocasionada pelo corte nos insumos. “Podemos colher menos, mas também vamos correr menos risco”.

A economista do Imea, Ana Maria Gaudêncio Martins, acredita que os problemas enfrentados pelos produtores para financiar a safra nova devem desencadear a queda no nível tecnológico da produção, o que é citado como um dos dois principais fatores que podem causar redução na produtividade. Segundo ela, além do corte no uso de tecnologia, as interferências climáticas são a segunda variável capaz de provocar menor rendimento na lavoura.





Fonte: Diário de Cuiabá

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