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Sábado - 21 de Outubro de 2006 às 03:14

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Profissionais latino-americanos da informação afirmaram hoje que a Internet é o fenômeno social de maior influência sobre o novo jornalismo, tanto em seus formatos como em seus conteúdos. As reflexões foram expostas por Rosental Calmon, Guillermo Culell e Jaime Abelló durante a mesa-redonda "América Latina e o novo jornalismo" realizada em Valência, dentro do programa do primeiro Congresso Internacional de Novo Jornalismo.

O jornalista brasileiro e catedrático da Universidade do Texas Rosental Calmon disse que "só a invenção da imprensa é comparável à Internet" e citou vários exemplos de como diversos jornais tradicionais do Brasil estão começando a inserir blogs e vídeos em suas páginas web. "Atualmente, estão acontecendo muitas coisas fora do chamado jornalismo tradicional que inevitavelmente o influenciam, como, por exemplo, a participação das pessoas na criação da informação de forma direta", acrescentou Calmon.

O diretor do argentino Clarín digital, Guillermo Culell, exibiu um vídeo no qual quatro jovens jornalistas do Chile, Argentina, Colômbia e Peru relatavam suas certezas e incertezas sobre o desenvolvimento do jornalismo, a luta entre vanguarda e tradição e a permanência das identidades locais e regionais na web. "Seria preciso estimular a capacidade de inventar, surpreender, mediar, misturar e compartilhar conteúdos e conhecimento entre os jovens jornalistas", assegurou Cullel.

Jaime Abelló, diretor da colombiana Fundação Novo Jornalismo, pertencente a Gabriel García Márquez, direcionou seu discurso para outros temas e denunciou a pouca presença e utilidade dos meios de comunicação como serviços públicos e as pressões que os profissionais na América Latina recebem. "Na Colômbia, duas cadeias de televisão detém 90% da audiência; há pouca autonomia informativa nas redações, e isto tem a ver com o conflito de interesses entre a agenda noticiosa e os interesses econômicos dos proprietários dos meios. A censura é coisa do passado, mas há limitações provenientes da concentração de meios", afirmou Abelló.

O colombiano também alertou sobre "os perigos que os jornalistas enfrentam: há lesões, ameaças e até assassinatos que costumam ficar impunes, com a cumplicidade de políticos e policiais corruptos".




Fonte: Agência EFE

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