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Politica Brasil
Sexta - 20 de Outubro de 2006 às 10:11

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A CPI das Sanguessugas quer convocar o delegado Edmílson Bruno, da Polícia Federal, para depor. Ele foi gravado em conversa com jornalistas propondo um acordo para divulgar as fotos do dinheiro que seria usado para tentar comprar o dossiê antitucano às vésperas das eleições no primeiro turno. A CPI também deve requisitar as gravações e suas análises técnicas.

Para os sub-relatores, os deputados Fernando Gabeira (PV-RJ) e Júlio Delgado (PSB-MG), é essencial aprofundar as investigações. "A CPI tem de ouvir o delegado e, depois, todos os personagens envolvidos", afirmou Gabeira. "A divulgação das fotos foi muito importante para a elucidação de várias questões, mas é preciso também investigar o restante da operação", completou Júlio Delgado.

Líderes governistas associam a suposta negociação para a divulgação das imagens às possibilidades de uso eleitoral e corrupção. "Com a análise pericial das gravações, saberemos sobre a veracidade do material. Se for comprovada a versão, evidentemente houve uso político", afirmou o sub-relator da CPI e vice-líder do PT na Câmara, Paulo Rubem Santiago (PE).

Para outro vice-líder da bancada petista na Câmara, deputado Jorge Bittar (RJ), a PF deve aprofundar o inquérito que investiga o suposto vazamento de informações por parte de Bruno. "Na gravação, há afirmações de quem quer agredir o PT e o presidente da República. Há duas possibilidades que devem ser consideradas: de o delegado ter ligações políticas ou de ter sido beneficiado com dinheiro", especula Bittar.

A coordenadora da campanha de Lula no Rio, Benedita da Silva, falou sobre o caso. "É abominável que a disputa eleitoral tenha chegado a esse ponto. O governo federal tem pressa nas investigações, porque a oposição tem colocado as denúncias como panfleto eleitoral. Mas nada como o tempo que é o senhor da verdade. Acredito que o povo brasileiro, com o tempo, saberá a verdade", comentou Benedita.

O líder do PSDB no Senado, Arthur Virgílio Netto (AM), negou que Edmílson Bruno tenha ligações com seu partido ou o PFL, que comandam a campanha de Geraldo Alckmin. "Ele (Bruno) não tem relações comigo nem com ninguém que conheço. Não sei se é tão bonito quanto o Brad Pitt ou tão feio quanto o Lula".

A gravação da conversa do delegado da Polícia Federal Edmílson Bruno com jornalistas, negociando a divulgação das fotos do dinheiro que seria supostamente usado na compra do dossiê, no dia 29 de setembro, teve trechos até então pouco audíveis divulgados ontem. O portal de notícias da Globo na Internet,oG1, divulgou a gravação na íntegra, revelando novas passagens do texto que havia sido exibido no blog do jornalista Paulo Henrique Amorim, na Internet, conforme O Dia publicou ontem. Na gravação, Edmílson exige que as imagens sejam mostradas na edição noturna dos telejornais de diversas emissoras. "Tem que sair no ¿Jornal Nacional¿. Se for o SBT, na Ana Paula Padrão", diz o delegado.

Com a promessa dos repórteres de encaminhar o CD com as imagens para as emissoras de TV, cujos repórteres estavam ausentes no encontro, Edmílson questiona: "Então, gente, não preciso me preocupar com a Globo, nem com a Band?". E checa o horário dos telejornais: "O da Band é sete? Vou ligar a TV neste horário, hein?", diz aos repórteres.

A hipótese de a Globo ter obtido as imagens antes de outros veículos, levantada na quarta-feira pelo jornalista Mino Carta, foi desmentida ontem por ele. Mino admitiu erro ao afirmar que o repórter Cesar Tralli, da Globo, teria conversado com o delegado antes do vazamento das fotos. Em seu blog, Mino afirma que Tralli procurou a ¿Carta Capital¿ e desmentiu as informações. Segundo Mino, o delegado procurou Tralli após a reunião com jornalistas e lhe deu as imagens. "Errei e espero não ter manchado demais o meu nome", disse Mino.

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Fonte: O Dia

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