Captação de fundos alcança nível recorde de R$66,8 bi no 3o tri

A captação da indústria de fundos alcançou nível recorde no terceiro trimestre e superou a performance de 2003, até então o melhor ano na história do setor.

A captação líquida foi de 66,8 bilhões de reais no acumulado do terceiro trimestre do ano, enquanto em 2003 somou 61,5 bilhões de reais, conforme levantamento divulgado nesta quinta-feira pela Associação Nacional dos Bancos de Investimentos.

O carro-chefe dos investimentos foi a categoria multimercados, informou a Anbid.

"Uma tendência que está se consolidando cada vez mais é o aumento da diversificação das carteiras", afirmou Marcelo Giufrida, vice-presidente da Anbid.

"A tendência de predominância de títulos públicos vem perdendo um pouco de espaço... acompanhado por um aumento das ações e dos títulos de renda fixa privados", completou.

A categoria renda fixa apresentou uma cifra negativa no período, mas segundo a associação o número sofreu influência de uma reclassificação de alguns fundos.

O bom desempenho do trimestre ajudou o Brasil a pular da 13a para a 11a posição no ranking internacional, em volume de recursos, superando países como Espanha e Alemanha.

De acordo com a Anbid, a posição brasileira poderia ser ainda melhor, se os fundos de cotas fossem somados, o que é feito nas estatísticas da Itália (10a) e Hong Kong (7a).

"Se utilizássemos este mesmo critério... o Brasil passaria a ter um saldo de 586 bilhões de dólares, ultrapassando Itália e Hong Kong e assumindo o 7o lugar", afirmou a instituição em relatório.

A Anbid estima que a captação dos fundos no país atinja 1 trilhão de reais no primeiro semestre do ano que vem e não vê impacto negativo da queda do juro. A taxa básica do país vem caindo gradualmente desde setembro do ano passado.

"Na nossa visão, os fundos se beneficiam de um mercado mais dinâmico, porque você permite maior diversidade, maior espaço de trabalho para gestores, e por isso a gente tem mais possibilidade de oferecer retornos mais atraentes", disse Giufrida.