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Internacional
Terça - 17 de Outubro de 2006 às 09:00

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A Coréia do Norte denunciou na terça-feira as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) como uma declaração de guerra, e no outro lado da fronteira, em Seul, uma autoridade disse haver sinais de que o recluso país comunista prepara um segundo teste nuclear.

O ministro da Defesa russo, Sergei Ivanov, disse ser possível que Pyongyang detone um novo artefato nuclear, algo que uma autoridade norte-americana classificou como um "ato beligerante".

Diante de sanções apoiadas até pela vizinha e aliada China, a Coréia do Norte disse já ter resistido à pressão internacional antes e que não vai ceder agora que se tornou "um Estado com armas nucleares".

"A RDPC (sigla oficial da Coréia do Norte) permaneceu inabalável em qualquer tempestade e tensão do passado, quando não tinha armas nucleares", disse um porta-voz da chancelaria à imprensa oficial. "É bastante absurdo esperar que a RDPC ceda à pressão e à ameaça de alguém neste momento, quando se tornou um Estado com armas nucleares. A RDPC quer a paz, mas não teme a guerra."

O governo dos EUA confirmou na segunda-feira que a Coréia do Norte realizou um teste nuclear subterrâneo em 9 de outubro, como já havia anunciado Pyongyang.

Segundo o jornal New York Times, a bomba detonada provavelmente não era de urânio, e sim de plutônio recolhido no pequeno e desativado reator nuclear norte-coreano.

Citando fontes não-identificadas, o jornal diz que são infundados os temores de que Pyongyang teria desenvolvido um programa de urânio com base em equipamentos e informações do Paquistão.

As redes NBC e ABC disseram que satélites-espiões flagraram possíveis preparativos para mais um teste nuclear norte-coreano. Autoridades russas e sul-coreanas disseram que de fato há tal possibilidade.

No fim de semana, a ONU impôs sanções à Coréia do Norte devido ao seu primeiro teste nuclear.

"Todos nós viríamos um segundo teste como uma resposta beligerante por parte da Coréia do Norte à comunidade internacional", disse o secretário-assistente de Estado dos EUA Christopher Hill. "Acho que a RDPC tem a impressão de que, uma vez que eles façam testes nucleares, serão mais respeitados.

A verdade é que os testes nucleares nos fazem respeitá-los menos."

Já o governo chinês manifestou preocupação com a forma como as sanções são aplicadas, segundo a agência japonesa de notícias Kyodo.

"As coisas precisam ser feitas de forma que não provoquem uma escalada da situação para algo incontrolável", disse o presidente Hu Jintao a uma delegação parlamentar japonesa, de acordo com a agência.

A China teme que as sanções financeiras e militares provoquem um colapso do já miserável país vizinho, criando uma onda de refugiados em direção ao seu território. Mas um porta-voz da chancelaria em Pequim disse que a China, na qualidade de membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, sempre cumpre suas resoluções.

Esse porta-voz não quis comentar os relatos de que a China estaria restringindo o envio de dinheiro a Pyongyang por meio do seu banco estatal.





Fonte: Reuters

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