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Nacional
Sábado - 14 de Outubro de 2006 às 10:45

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Um piercing colocado sem os devidos cuidados está sendo apontado pelos médicos como a causa da morte da adolescente Thaís Jesus da Silva Vaz, de 13 anos, ocorrida na última segunda-feira (9), no Hospital Nossa Senhora do Monte Serrat, em Salto, a 102 km de São Paulo.

A menina foi vítima de septicemia, uma infecção generalizada que, segundo os médicos, teve início na região do umbigo, mesmo local onde a garota havia instalado o piercing. É o primeiro caso em que o adereço de metal é relacionado como a possível causa de morte.

Familiares de Thaís contaram que ela ganhou a peça, que já estava usada, há quatro meses. A adolescente furou o umbigo com uma agulha de costura, provavelmente não esterilizada, com a ajuda de três amigas. A menina escondeu o fato dos familiares durante duas semanas, mas começou a se queixar de dores abdominais. Uma tia de Thaís a levou ao hospital no dia 29 de setembro. Depois de medicada, a garota foi liberada, mas passou a apresentar febre alta.

No dia seguinte, voltou ao hospital e, internada, entrou em estado de coma. Transferida para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), passou por uma cirurgia exploratória na região do abdome. Os médicos não encontraram sinais, nos órgãos internos, que indicassem a origem da infecção. Detectaram, no entanto, um foco de infecção na região do umbigo. Segundo o médico Sebastião Nascimento Travassos, do corpo clínico do hospital, o local apresentava mal cheiro. "O cirurgião encontrou pus no interior da cavidade abdominal, o que pode indicar que o peritônio, a membrana que envolve o intestino, foi perfurado durante a aplicação." Segundo o médico, a garota retirou o piercing quando começou a doer, "mas a porta para a infecção já estava aberta".

Travassos lembrou que o umbigo é uma cicatriz, com grande concentração de vasos, e o local mais próximo do peritônio. "Não sou contra a colocação de piercing, desde que seja feita por pessoa habilitada, com material de qualidade e a assepsia necessária." Ele lembrou que é atribuição da Vigilância Sanitária o controle das casas que fazem tatuagens e colocação de piercings. "Nesse caso, sabemos que a colocação foi feita por pessoas não habilitadas e sem qualquer cuidado até mesmo higiênico."





Fonte: Agência Estado

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