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Internacional
Terça - 10 de Outubro de 2006 às 02:03

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O julgamento de Saddam Hussein por genocídio recomeça na segunda-feira, depois da caótica sessão anterior, duas semanas antes, quando ele foi repetidamente expulso da sala e seus advogados se retiraram em protesto contra o afastamento do chefe dos juízes.

Segundo grupos de defesa dos direitos legais, o afastamento de Abdullah al-Amiri por iniciativa do governo, após ele ter dito que Saddam "não era um ditador", pode prejudicar a credibilidade do julgamento.

A equipe de defesa de Saddam está boicotando o julgamento em protesto contra a indicação de um novo juiz para presidir o julgamento, Mohammed al-Ureybi. Advogados nomeados pelo tribunal estão agora defendendo o ex-líder iraquiano e outros seis acusados com ele.

Saddam, 69 anos, seu primo Ali Hassan al-Majeed, conhecido como "Ali Químico" e outros cinco ex-comandantes são acusados de crimes de guerra e crimes contra a humanidade pela sua participação na campanha de Anfal (ou Espólios de Guerra), em 1988, que, segundo a promotoria, foi responsável pela morte ou desaparecimento de 182 mil iraquianos de etnia curda.

Saddam e Majeed também são acusados de genocídio. Todos podem ser condenados à morte. Saddam está à espera do veredicto de um primeiro julgamento, por crimes contra a humanidade, na morte de cerca de 148 homens xiitas na cidade de Dujail, na década de 1980.

O julgamento de Anfal se caracterizou pelo testemunho de habitantes de vilarejos que foram levados à capital para contar seu sofrimento durante a Anfal, quando as forças de Saddam atacaram os curdos, destruindo vilarejos e matando e forçando o deslocamento de milhares de pessoas.

Os réus argumentaram que se tratava de ataques militares legítimos contra curdos iraquianos que lutavam ao lado de xiitas iranianos contra o governo de Saddam, dominado pelos sunitas, durante a guerra entre Iraque e Irã.

O tribunal que julga Saddam pelas mortes em Dujail, cujo primeiro juiz chefe se demitiu, alegando interferência política, deve reunir-se novamente em 16 de outubro para revisar os depoimentos das testemunhas.

Uma alta fonte do tribunal disse que a expectativa é que um veredicto daquele caso seja anunciado poucos dias depois da abertura da sessão.




Fonte: Reuters

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