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Internacional
Segunda - 09 de Outubro de 2006 às 10:10

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Os investigadores policiais que interrogaram nos últimos dois meses o presidente israelense, Moshé Katsav, suspeito de crimes sexuais contra ex-funcionárias, estão com as opiniões divididas ao analisar as provas e declarações que poderiam justificar o processo.

O jornal "Ha''aretz" informa hoje que, ao completar o estudo de todos os depoimentos reunidos durante a investigação, os oficiais responsáveis por ela - sob as ordens do brigadeiro Yoav Segalovitch - "expressaram opiniões conflituosas" sobre se a Polícia Nacional deve aconselhar o processo de Katsav.

Segalovitch devia definir a opinião das autoridades policiais até hoje e enviar suas recomendações ao procurador-geral do Estado, Menachem Mazuz, assessor jurídico do Governo, que será responsável por decidir se - com base nesses testemunhos - Katsav deve ser processado e quais os crimes.

Em relação a uma das principais suspeitas - o suposto estupro de "A", então secretária de Katsav, segundo acusações dela -, os investigadores não conseguiram determinar se foi um crime ou relações sexuais de comum acordo.

As provas acumuladas pelos investigadores indicam supostos crimes de abuso ou assédio sexual contra três ou quatro mulheres, acrescenta o jornal israelense.

Antes de levar o expediente ao procurador-geral, Segalovitch deve decidir se Katsav terá que ser julgado por suspeita de estupro, o que - segundo os testemunhos - poderia acontecer no caso da ex-secretária.

Um dos oficiais policiais, citado pelo jornal de Tel Aviv sem ser identificado, acredita que as evidências encontradas "proporcionam uma base" para processar Katsav por todos os crimes dos quais é acusado, inclusive a suposta troca de indultos de criminosos por dinheiro e escutas sobre funcionários da residência presidencial.

Por ocasião do Sucot ("festa do tabernáculo"), o presidente israelense e sua esposa Guila foram saudados desde manhã por milhares de cidadãos de todo o país em sua residência, enquanto cerca de dez mulheres faziam uma manifestação exigindo que Katsav renunciasse.

Katsav, que durante toda a investigação policial sustentou sua inocência e disse que estava sendo "vítima de uma conspiração", também se propõe a ir na próxima semana ao Parlamento (Knesset) para inaugurar o próximo período de sessões.

O escândalo, denunciado há alguns meses pela imprensa local, começou com uma denúncia reservada de Katsav contra sua ex-secretária, a quem acusou de extorsão quando "A" teria exigido voltar ao cargo na Presidência sob ameaça de que processaria o presidente por estupro se este se negasse, e teria pedido uma soma de dinheiro de US$ 50.000 a US$ 200.000.

Devido às divergências entre os investigadores em torno do suposto estupro da ex-secretária, entre outros, a Polícia se limitará a apresentar a documentação em seu poder sem tomar posição, e deixará que o procurador-geral tome a decisão final.





Fonte: EFE

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