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Esportes
Domingo - 08 de Outubro de 2006 às 11:20

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O projeto do tão sonhado estádio para o Corinthians pode sair com a força dos torcedores. Após tentativas frustradas em construir a arena corintiana em Itaquera (no terreno onde fica o atual CT), na rodovia Raposo Tavares e de reformar o Parque São Jorge, um grupo de corintianos resolveu tentar realizar o grande sonho do clube alvinegro com as próprias mãos.

A ONG Cooperfiel, recém-criada, espera arrecadar fundos para a construção de uma arena multiuso (com restaurantes, lojas, etc.) de 60 mil lugares, em até 36 meses. A idéia da ONG é entregar o estádio, que será chamado Vicente Matheus em homenagem ao ex-presidente do clube, no ano do centenário do Corinthians.

Esses torcedores já entraram em negociações com a construtora WTorre, a mesma que fez uma maquete para criação do estádio corintiano para o MSI. A ONG tem a intenção de usar o mesmo terreno oferecido para o grupo de investimentos, que fica localizado na Marginal do Pinheiros, próximo ao bairro de Interlagos.

Para conseguir que o projeto não fique no papel como das outras vezes, a Cooperfiel quer criar um elo com todos os torcedores através de arrecadações e ajuda em campanhas publicitárias, mostrando que a torcida que fez aquilo se tornar possível. Segundo André Antunes, responsável pelo projeto, a intenção é criar uma espécie de cooperativismo para erguer o "Fielzão".

"A gente tem a expectativa de criar um método de trabalho que mostre ao torcedor corintiano que ele ajudou a criar aquele estádio e que é uma peça fundamental para que isso seja realizado. O nosso slogan é: 'Eles podem ganhar quantas Libertadores quiserem, mas só a Fiel consegue fazer isso'. E eu garanto que a gente começa aqui e termina somente com o projeto levantado. Quando entro em uma coisa, vou até o fim", afirmou Antunes, em entrevista ao Terra Esportes.

Antunes diz que a Cooperfiel não tem ligação com nenhuma corrente política do Corinthians e é apartidária. Segundo ele, a transparência e seriedade são os principais pontos para que não se repita a frustração que aconteceu no outros projetos.

"Quando discuti a idéia no fórum do Corinthians, os torcedores disseram: 'se for uma coisa honesta, séria, eu colaboro'. Essas demandas a gente incorporou no projeto e ele terá o máximo de transparência possível. Além de termos uma auditoria interna, vamos formar uma parceria com alguma instituição bancária, para que os torcedores possam verificar como andam as contas da ONG, se a sua arrecadação foi computada ou não".

A primeira etapa da ONG é conseguir divulgar o projeto para a mídia e para os torcedores. Para isso, já está no ar o site (www.fielzao.com.br). Após isso, a Cooperfiel irá começar a arrecadar os fundos para o projeto por meio de doações, filiações, comercialização de espaço publicitário, venda de ingressos simbólicos, e mediante a parcerias na área de marketing. Está prevista ainda a formulação de um serviço "0800" para viabilizar o recebimento de contribuições.

"Todo torcedor que contribuir vai ganhar um certificado de que ajudou com a criação do estádio. As 500 pessoas que comprovarem as maiores doações vão ter sua foto e nome no Memorial que será criado dentro da arena. Os mil seguintes terão direito a colocar o nome. A nossa intenção é arrecadar uma média de, pelo menos, R$ 15 por torcedor".

Apesar de garantir que o estádio será exclusivo para o Corinthians, a ONG permanecerá com a posse do "Fielzão". Segundo Antunes, a atitude é tomada para que não se corra o risco de que a diretoria do clube venda o estádio ou que o utilize com fins políticos.

"O estádio será administrado por nós. O Corinthians tem todo o direito de usufruto do local, podendo explorar publicidade e utilizá-lo para qualquer evento relacionado ao clube. Nós cuidaremos da administração já que, como dissemos, não temos nenhuma ligação com situação ou oposição. Pretendemos sustentar o Estádio Vicente Matheus com a venda de bonés e camisetas com as marcas Cooperfiel e Fielzão".

Se o projeto não der certo, todo o dinheiro arrecadado deverá ser doado para a AACD, entidade filantrópica que cuida de pessoas com deficiências físicas. Esse é o lado de responsabilidade social do projeto. Segundo o responsável, essa é uma forma de atrair a atenção da mídia não-esportiva e de contribuir com a sociedade.

"Nós temos também a necessidade de pôr no projeto a parte de responsabilidade social. Todo ano, 5% do dinheiro arrecadado com o projeto será doado para a AACD. São cerca de R$ 10 a 15 milhões. A idéia de se doar o dinheiro, caso o projeto não seja concluído ainda será estudada na assembléia que realizaremos".

Procurado pelo Terra, o vice-presidente de Comunicação do Corinthians, Flávio Adauto, afirmou que não teve contato com integrantes da ONG e afirmou que não tem qualquer conhecimento sobre o projeto. Segundo o dirigente, caso seja procurado o clube analisará o projeto.

"Toda a idéia vinda dos torcedores e ONGs ligadas ao clube costumam ser positivas já que eles só querem o bem para o time que torcem. Mas não tenho como falar do projeto, porque ainda não conheço. Se formos procurados, vamos analisar e ver se é viável ou não", afirmou Adauto.





Fonte: Terra

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