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Cultura
Sexta - 06 de Outubro de 2006 às 03:01
Por: Luiz Fernando Vieira

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Já começou a corrida por ingressos para a apresentação da primeira ópera de grande porte montada em Mato Grosso, a monumental A Flauta Mágica, de Wolfgang Amadeus Mozart. O desafio está à cargo da Coordenação de Cultura da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), comandada pelo maestro Fabrício Carvalho, e conta com o apoio do jornal A Gazeta. As apresentações, que reunirão grandes nomes da cena lírica brasileira, acontecem entre os dias 27 e 29 de outubro, no Teatro Universitário.

O momento não poderia ser mais significativo para os mato-grossenses. A apresentação faz parte das comemorações pelos 250 anos do compositor europeu e marca ainda o aniversário de outra data importante em sua vida. Foi no dia 30 de setembro de 1791 que Mozart viu sua obra chegar aos palcos pela primeira vez. Mas, lamentavelmente, três meses depois morreria sem ter visto o sucesso da ópera. Passaram-se, então, 215 anos até que A Flauta Mágica chegasse completa aos mato-grossenses. E o que é melhor, numa montagem própria.

O estado consegue, desta forma, ser um dos poucos no país a encená-la. E com toda pompa, já que os figurinos e cenários vêm diretamente do Teatro Municipal do Rio de Janeiro. O maestro Fabrício foi esta semana à Capital fluminense para tratar destes e de outros detalhes para a realização do que é considerado por ele um dos maiores desafios já enfrentados na história cultural de Mato Grosso. E não poderia ser de outra forma, já que se trata da principal ópera do gênio austríaco. Fabrício lembra que são 16 personagens principais, mais coro, figurantes - que fazem o papel de escravos - e mais a Orquestra Sinfônica da UFMT.

Algo tão grande não poderia ser realizado sem o auxílio de muitos parceiros a apoiadores. A viagem ao Rio foi a concretização de um desses importantes auxílios, uma parceria com o Teatro Municipal do Rio, que é hoje a maior casa de ópera do país. Eles cederão cenários e figurinos sem cobrar nada por isso, ressalta Fabrício. Certamente seria um custo que a coordenação não conseguiria cobrir.

Fabrício inclusive trará do Rio profissionais especializados em montagem de óperas. Além de trabalhar no projeto, irão capacitar os mato-grossenses por meio de palestras e cursos. A idéia é que essa ópera deixe sementes, explica o maestro. Seu desejo é que, nos próximos anos, os profissionais do estado estejam montando óperas por aqui mesmo.

A Flauta Mágica será, portanto, uma grande escola onde também os atores e cantores terão a oportunidade de estar ao lado de importantes nomes da cena lírica brasileira. Fabrício procurou trazer pessoas que aliam boa experiência a características como garra, ânimo e uma grande dedicação à arte. Cita como exemplo Eduardo Itaborahy, que tem 54 óperas no currículo e está fazendo a produção nacional do espetáculo. "Para ele foi muito bacana estar nessa frente", conta.

Entre os personagens principais, cinco intérpretes já despontam no cenário nacional como grandes promessas da música erudita. É o caso do tenor Flávio Leite (Tamino), da soprano Elisabete Almeida (Rainha da Noite), do barítono Eduardo Sant"Anna (Papageno), do baixo Lukas d"Oro (Sarastro), e do contralto baixo Giancarlos de Souza (Orador). Já a OSUFMT terá a participação muito especial do violinista Yllen Almeida, que nasceu em Cuiabá e será o spalla (líder do naipe dos violinos).

Além da oportunidade de aprender com tão renomados músicos, está sendo também uma boa oportunidade de superação para o elenco local. Os mato-grossenses são a maioria entre os personagens principais - 11 entre os 16 - e vêm se preparando já há um bom tempo para estar num nível próximo desses convidados. "Se era para ser um desafio, que fosse o maior", diz Fabrício, lembrando que a própria ópera mostra a busca pela superação. Todos, acrescenta, inclusive ele, que dirige sua primeira ópera, estão aprendendo na raça. "Faz meses que não durmo direito", revela.

Marca da Gazeta - Fabrício ressalta que não foi fácil convencer empresários e parceiros de que seria possível montar algo tão grande em Cuiabá. E lembra que o Grupo Gazeta foi um dos que apostou, que acreditou no projeto e resolveu dar a sua contribuição. O diretor superintendente do grupo, João Dorileo Leal, explica que a proposta veio de encontro "ao compromisso que A Gazeta sempre teve com a área cultural do Estado".

Ele lembra que o grupo, por meio de suas empresas, sempre esteve junto em grandes eventos, grandes parcerias culturais. "É fácil perceber a marca da Gazeta nos grandes eventos", diz. Na área do teatro, exemplifica, já há muitos anos vem sendo responsável por colocar Mato Grosso no circuito nacional de teatro, ajudando a trazer espetáculos que de outra forma dificilmente chegariam ao estado. "O mínimo que a gente pode fazer é apoiar esses eventos", finaliza.

A Flauta Mágica em Mato Grosso conta ainda com o apoio do Ministério da Educação, Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Prefeitura Municipal de Cuiabá, Centro Federal de Ensino Tecnológico (Cefet/MT), Unimed, Cemat, Tauro Motors, Haus Bier, Alligator"s, Academia Lorenzo Fernandez, Studio Sergio Soares e Gráfica Genus.

Serviço - Os ingressos para a ópera podem ser adquiridos no teatro Universitário, no horário comercial. O valor é R$ 50,00. Informações: (65) 3615-8358 / 3615-8374/ 3905-4000.




Fonte: A Gazeta

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