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Politica Brasil
Segunda - 02 de Outubro de 2006 às 11:27

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O segundo turno na eleição presidencial no Brasil, entre o presidente e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB) representa uma situação positiva para os investidores, diz reportagem desta segunda-feira do diário americano "The Wall Street Journal".

"Um segundo turno representa para os investidores uma situação em que todos ganham", diz o texto. "Apesar de esquerdista, Lula provou em seu primeiro mandato que é um guardião responsável da política fiscal, e os mercados financeiros experimentaram um grande recuperação desde que ele assumiu, em 2003."

Mas a maioria dos investidores, diz o "WSJ", julga que Alckmin "tem uma noção mais clara das reformas no sistema previdenciário e nas leis trabalhistas que o Brasil precisa para pôr em movimento o lento crescimento da economia".

O texto destaca a resistência às mudanças na Previdência, "que custa 12% do PIB, média mais alta que a de países ricos com populações mais idosas". Os sindicatos também protegem a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho), "baseada na [lei] do governo fascista de Mussolini, na Itália", e que resulta em processos contra os empregadores e em indenizações.

O próximo presidente brasileiro, no entanto, terá de "cruzar os dedos" para que a economia mundial continue forte, lembra a reportagem. O Brasil vem se beneficiando de um ambiente econômico global no qual as taxas de juros estão baixas e os preços das commodities estão altos --principalmente devido à demanda da China.

As previsões, no entanto, são de uma desaceleração na economia americana, que já se vê na queda dos indicadores do mercado imobiliário dos EUA e na contração do PIB do país entre o primeiro (5,6%) e o segundo (2,6%) trimestres. Uma desaceleração na economia americana tende a reduzir o ritmo da economia global, o que pode pesar nas exportações brasileiras.

Outro problema na agenda presidencial para o mandato a começar em 2007 são os problemas estruturais do Brasil, como a carga tributária para sustentar o setor público, a burocracia, que dificulta a abertura de empresas e a dificuldade de manter as metas de superávit primário.

Algumas tendências, porém, podem facilitar o próximo presidente, diz o "WSJ": as taxas de juros no país devem manter o ritmo de queda; os gastos dos consumidores devem crescer; e os investimentos em infra-estrutura devem ganhar fôlego.





Fonte: Folha Online

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