Candidata é combatida por Igreja no Rio de Janeiro por apoio a aborto

A organização Frente Carioca em Defesa da Vida apoiada por alguns setores das igrejas da Arquidiocese do Rio de Janeiro, distribuiu panfletos contra a candidata ao Senado Jandira Feghali (PC do B) por ela ter relatado projeto de lei que descriminaliza o aborto. A candidata recorreu ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RJ), que promoveu buscas dos panfletos dentro da Cúria e depois expediu proibição de os bispos e padres abordar o assunto em seus sermões. Embora o tribunal tenha recuado mais tarde da proibição, a notícia repercutiu até no Vaticano e gerou protestos da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Segundo o jornal Estado de S. Paulo, há vários setores de apoio a idéias políticas, mas o posicionamento contra o aborto é uma diretriz geral para todos os padres e bispos. "A Igreja tem temas como a proibição ao aborto e a recusa ao casamento entre homossexuais que são bandeiras defendidas por todos os setores, sejam os padres mais conservadores ou os mais progressistas", lembra o sociólogo Luiz Alberto de Souza, estudioso das questões religiosas. "Mas este incidente deve ser reduzido ao Rio, não pode servir como exemplo de uma briga entre a Igreja como um todo e políticos de esquerda", esclareceu.