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Politica Brasil
Sábado - 30 de Setembro de 2006 às 10:03

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Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) indicam que 86.359 brasileiros que moram no exterior (de um total estimado pelo Itamaraty em cerca de quatro milhões), estarão aptos a votar nas 292 seções localizadas fora do Brasil nas eleições deste domingo. Além do número relativamente pequeno de eleitores (em torno de 0,07% do total), também há a expectativa de alta abstenção. O TSE não tem uma previsão para este ano, mas em 2002, as abstenções no segundo turno ficaram em 48,24% do total (33,957 votos).

O aparente desinteresse desses brasileiros pelo voto teria vários motivos, que vão desde a falta de entusiasmo com os candidatos até a dificuldade que muitos dos brasileiros no exterior têm em transferir os seus títulos. "Mesmo com um grande número de brasileiros vivendo fora do país, existe uma tendência da comunidade em não se cadastrar", afirmou Sayonara Dracks, chefe do Cartório Eleitoral do Exterior, que fica em Brasília. "A maioria das pessoas não faz a transferência do título e corre o risco de ter o documento cancelado, ainda que nos últimos anos nós tenhamos feito um grande esforço para aumentar o número de seções eleitorais", afirma Dracks.

"A maioria das pessoas não faz a transferência do título e corre o risco de ter o documento cancelado, ainda que nos últimos anos nós tenhamos feito um grande esforço para aumentar o número de seções eleitorais", afirma Dracks.

Desilusão Muitos brasileiros não vêem motivo para perder tempo transferindo os títulos de eleitor por não se empolgarem com os candidatos. Um deles, o programador Marcos Doppheider, que vive em Londres, se disse "anestesiado" politicamente por causa da decepção com os rumos da política no Brasil. "Tive um grande dissabor com o meu voto no Lula na última eleição, e acabei ficando anestesiado politicamente. Quem sabe em uma próxima eleição", afirmou.

Doppheider também adicionou que a burocracia o ajudou a decidir pela abstenção. "Um dia eu vou ter de acabar justificando minhas ausências. Lá eu me ocupo disso, então", disse. Raíssa Silva Siqueira, estudante, demonstrou a mesma falta de entusiasmo. "Não voto porque não temos mudanças. Não fiz questão de transferir o título", disse.

Há aqueles que até mesmo esqueceram a própria eleição, como a cozinheira Isadora Tourinho Barbosa. "Só me lembrei porque você falou e não sei como devo fazer para justificar", disse.

Voto obrigatório A população brasileira no exterior aumentou (era de 1,4 milhão de pessoas em 1997), e o governo também aumentou o número de seções eleitorais, que eram 272 há quatro anos. No exterior, só é possível votar para presidente. Na última eleição, o total de votos válidos foi de 36.034.





Fonte: Terra

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