Dossiê: Mercadante diz não se importar com conseqüências políticas

O candidato ao governo de São Paulo Aloizio Mercadante (PT) participou, nesta quinta-feira em São Bernardo do Campo, do último comício de campanha antes da votação de domingo. Dividindo o palanque com lideranças petistas - estiveram presentes o presidente da Câmara Aldo Rebello, a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy e o senador e candidato à reeleição Eduardo Suplicy - Mercadante recebeu apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, voltou a tratar do caso do suposto dossiê contra os candidatos tucanos e afirmou que, independentemente das conseqüências políticas, quer ver o caso apurado.

"Queremos que tudo seja apurado e que os responsáveis sejam punidos", afirmou. "O que está em jogo vale mais do que a simples influência política deste caso", disse Mercadante.

Gesto humanitário Mercadante fez críticas à gestão da segurança pública pela administraçao tucana. Além de ressaltar que o atual governo ainda não indenizou as famílias de vítimas dos ataques do crime organizado ocorridos em maio, o petista afirmou que o PSDB deveria ser mais solidário com os agentes de segurança pública, ação que até o momento não aconteceu, na opinião do candidato.

"Para a Polícia Civil, o salário é o segundo pior do Brasil. Para a Polícia Militar, é um dos piores do País", afirmou Mercadante.

O petista voltou a criticar também a administração presidiária e afirmou que o Estado precisa retomar o controle presidiário.

"São motins e rebeliões, o preso entra como primário passa por uma universidadedo crime", disse o senador, que defendeu a separação dos detentos por nível de periculosidade.

Apoio e militância Mercadante recebeu apoio do presidente Lula, que em seu discurso pediu a participação ativa de militantes e eleitores em favor do candidato ao governo estadual.

Nas palavras de Lula, o voto em Mercadante seria um "reconhecimento por luta travada na defesa da massa trabalhadora e do interesse da população menos favorecida".

Iluminado Ao comentar a baixa iluminação pública no local do comício - as luzes permaneceram apagadas durante todo o evento, mas voltaram a funcionar cerca de cinco minutos após o discurso de Lula, que encerrou a noite - Mercadante fez críticas ao prefeito da cidade, William Dib (PSDB), e afirmou ter partido do tucano a ordem para que o blecaute.

"O prefeito de São Bernardo apagou a luz", afirmou Mercadante. "Mas não tem problema, pois mesmo assim se vê a multidão aqui", concluiu.