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Politica Brasil
Quinta - 28 de Setembro de 2006 às 09:26

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A Polícia Federal está em atrito crescente com o procurador da República em Mato Grosso, Mário Lúcio Avelar por causa da investigação sobre o esquema de compra e venda do “Dossiê Vedoin”. O clima de insatisfação já ficou aparente com o congelamento das prisões de seis suspeitos de envolvimento no caso. Até mesmo o juiz federal Marcos Alves Tavares, substituto da 2ª Vara Federal, também não escondeu ter estranhado os procedimentos do procurador da República: "É no mínimo estranho e contraproducente que um pedido de prisão temporária seja divulgado na imprensa antes de sua análise pelo juízo" - escreveu.

Na quarta-feira, Avelar admitiu que partiu dele a solicitação à Justiça Federal em Mato Grosso. Não explicou, porém, por que tomou uma iniciativa que não pode ser cumprida por restrições da lei eleitoral. O pedido do procurador foi apreciado no final da noite de segunda-feira pela a juíza de plantão Adverci de Abreu, que concedeu os mandados para prender Freud Godoy, Oswaldo Bargas, Jorge Lorenzetti, Expedito Veloso, Gedimar Passos e Valdebran Padilha.

Contudo, a Polícia Federal não cumpriu a ordem porque alega ter recebido o pedido somente à 1h30 da terça-feira, portanto uma hora e meia depois de entrar em vigor a restrição. Os advogados do PT avaliam que, da forma como foi feito, o pedido, protocolado por volta das 21 horas da segunda, foi um artifício para evitar novo indeferimento. Eles ingressaram no Conselho Nacional do Ministério Público com uma reclamação em que acusa o procurador de usar "insinuações e aleivosias" para "reverberar o discurso político oposicionista" contra o partido e o governo.

Avelar disse que o pedido foi feito apesar da restrição legal porque "a investigação não pode parar por causa do processo eleitoral". "Tentou-se antes, não se conseguiu; tentou-se agora, conseguiu-se", disse. Inicialmente, o procurador da República negou que tivesse pedido a prisão temporária de seis petistas acusados de envolvimento com a compra de um dossiê contra tucanos. E explicou porque usara tal procedimento: "Porque não tenho que revelar para vocês o que eu faço".

O procurador já culpou a Polícia Federal pela lentidão em identificar a origem do dinheiro para a compra do dossiê. Agora, criticou a imprensa, por causa das perguntas sobre o efeito por ora inócuo do mandado de prisão. "A imprensa é assim: se não prende, o procurador é mole, é do partido tal; se prende, também critica". Avelar discorda da tese da falha de conduta: "Não sei se teve falha, não fui eu quem implantou o calendário eleitoral" – disse, visivelmente irritado.

O superintendente em exercício da Polícia Federal em Cuiabá, Geraldo da Silva Pereira, chamou Avelar de "caroneiro" e criticou o criticou duramente. "É muito fácil pedir a prisão num momento em que não se pode cumprir os mandados. Foi uma atitude isolada dele. Repudiamos isso dentro de uma investigação. Foi uma atitude isolada dele. Repudiamos isso dentro de uma investigação nossa".





Fonte: 24HorasNews

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