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Politica Brasil
Quarta - 27 de Setembro de 2006 às 07:44

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O presidente nacional do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), pode enfrentar um processo no Conselho de Ética da Câmara dependendo do curso das investigações sobre o "dossiê tucano". A oposição avalia que ainda é cedo para ingressar com pedido de cassação de mandato contra ele e quer aguardar a conclusão do inquérito da Polícia Federal e o resultado das eleições para decidir como agir --mas não descarta essa hipótese.

Berzoini é, até agora, o único parlamentar envolvido na denúncia. Ele admitiu que tinha conhecimento de que dois de seus subordinados -- quando respondia pela coordenação da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição --procuraram jornalistas para repassar informações. Seriam denúncias contra os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, mas Berzoini afirmou que não sabia do conteúdo.

Na próxima semana, o PSOL irá reunir a bancada para discutir o episódio. O deputado Chico Alencar (RJ) não descarta a hipótese de ingressar com pedido de cassação de mandato de Berzoini, mas é cauteloso.

"É óbvio que com o desenrolar dos acontecimentos qualquer parlamentar envolvido vai ser objeto de análise da bancada sobre um pedido de abertura de processo disciplinar. A reunião da bancada vai examinar isso", afirmou à Folha Online.

Chico Alencar ponderou, no entanto, que até o momento, Berzoini só pode ser acusado de ter sido omisso e de não ter agido como um presidente de partido.

"Ainda não houve confirmação de que ele tenha delegado explicitamente esta missão [de comprar o dossiê contra políticos tucanos] aos seus subordinados. Mas estamos examinando. Ele tem que começar a falar e não se manifestar só por notas", disse. "Mas espero que o povo seja criterioso e faça esse trabalho [de punir Berzoini] por nós."

Membro da CPI dos Sanguessugas, o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), também defende a conclusão do inquérito da PF para decidir se ingressa com representação contra Berzoini. "Levantar qualquer coisa contra ele sem que o inquérito esteja concluído é precipitar um pouco as coisas. A representação tem que estar baseada numa denúncia do Ministério Público, num inquérito", advertiu.

Para o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (PE), a Câmara não precisará ter o trabalho de analisar a participação de Berzoini no episódio da compra do dossiê. "Se o Lula já jogou ele no mar, que o eleitorado de São Paulo o deixe por lá. Ele pode ficar aos cuidados da PF e do Ministério Público", disse.

O presidente do Conselho de Ética da Câmara, deputado Ricardo Izar (PTB-SP), aposta que se houver representação contra Berzoini será somente depois das eleições. "Está todo mundo em campanha agora", justificou.





Fonte: 24HorasNews

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