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Cultura
Terça - 26 de Setembro de 2006 às 02:01
Por: Luiz Fernando Vieira

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O Instituto do Itaicy, ONG que formatou um projeto de restauro e reutilização da usina levergense, promoverá nos dias 6 e 7 de outubro o 1º Curso de Metodologia de Projeto de Restauro. Desenvolvido pela Escola Paulista de Restauro, seu programa visa instrumentalizar profissionais das áreas de Arquitetura, Engenharia, Artes e História para atuação em projetos de restauração de patrimônio histórico. E, nesse caso, utilizará como objeto a Usina do Itaicy, uma das mais importantes da história do país.

De acordo com José Marcos Vargas, diretor de projetos do Instituto do Itaicy, o curso será ministrado por técnicos especializados da empresa Companhia Paulista de Restauro, como o restaurador Francisco Zorzete e a arquiteta restauradora Ana Marta Ditolvo, através de aulas práticas e teóricas. Terá uma carga horária total de 16 horas, divididas em oito módulos e duas etapas. A primeira delas teórica e a segunda prática, com visita à usina.

Segundo Vargas, a idéia de trazer o curso para Mato Grosso surgiu quando membros do Instituto do Itaicy visitaram a Escola Paulista de Restauro e lá conheceram a instituição Museu a Céu Aberto, que é muito envolvida em projetos culturais de restauração em São Paulo, e o restaurador Francisco Zorzete, diretor da Companhia Paulista de Restauro. Ele, explica Vargas, é muito envolvido em projetos sociais na linha de conscientização estudantil, de uma ação preventiva. O próprio lema da escola dá essa dimensão: "preservar para não restaurar".

O diretor salienta que os cursos são desenvolvidos lá mesmo, em São Paulo, mas seria muito dispendioso para os interessados irem para a capital paulista participar. Então o Instituto resolveu trazê-lo para Mato Grosso. "É o primeiro fora de São Paulo. É a primeira vez que fazem essa experiência, é inédito para eles também", diz Vargas, ressaltando que a equipe está bastante entusiasmada. Eles inclusive já fizeram uma primeira visita a Itaicy. Foram conhecer sua história, o ambiente e gostaram muito do que viram.

A usina se encaixou perfeitamente na proposta, nos desejos da equipe. Vargas explica que os coordenadores do curso queriam ter um projeto de restauro aplicado num patrimônio e que não tivesse sido feito nada nele. É importante para os alunos aprenderem a elaborar um projeto de restauro completo, desde o começo, o que a usina propicia. Tornou-se, então, ideal para o curso.

O diretor conta que foram praticamente seis meses até que se conseguisse uma data e a formalização de parcerias. E o Grupo Gazeta é um dos mais fortes, mais importantes, afinal, ajudou a viabilizar o evento com patrocínio e divulgação, ressalta. Mas ele não é o único, lembra Vargas. Há outros parceiros de peso, como o Iphan e o Crea-MT que deram apoio institucional, e as prefeituras de Cuiabá e Santo Antônio de Leverger, a Câmara Municipal de Santo Antônio, o restaurante Serra e a Gerencial Construtora.

Qualificação - Na opinião de Vargas, o curso é importante ainda porque chama mais uma vez a atenção para a Usina Itaicy, para a necessidade de restaurar, preservar aquele patrimônio, que não é só material, mas imaterial. E mais, "o curso, além de trazer a Usina de Itaicy para discussão, para o conhecimento, vai ajudar a qualificar arquitetos, engenheiros, historiadores que atuarão no estado", frisa.

Uma formação que não ficará só nessa iniciativa, garante ele. "Nós buscamos trazer uma qualificação que não seja isolada", diz. O Instituto pretende trazer cursos periodicamente e dois deles já estão sendo estudados. O próximo deverá ser de Iluminação de Patrimônio Histórico, com Plínio Godói, que é um especialista da empresa Luz Urbana, de São Paulo. O terceiro é bem específico, para restauro de pinturas murais e pesquisa cromática.

De acordo com Vargas, o 1º Curso de Metodologia de Projeto de Restauro é bem amplo. Trata da conceitualização de um projeto de restauro, fala sobre as fontes a serem estudadas e trabalhadas para uma restauração, como planejar e elaborar, como realizar e formatá-lo para ser aprovado junto aos órgãos de preservação. Além disso fala dos planos de captação existentes, possibilidades, leis de incentivo, programas de órgãos públicos e empresas privadas.

Experiência comprovada -A Companhia de Restauro, fundada em 1997, executou trabalhos em imóveis como os que abrigam o Shopping Center Light, a Bovespa e o Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo. Também executou, sob o patrocínio da Klabin, associada à Viva o Centro, dentro do Programa Adote um Monumento, em parceria com o DPH da Secretaria Municipal da Cultura, o restauro do conjunto escultórico em homenagem a Carlos Gomes, na Praça Ramos de Azevedo e, mais recentemente, a recuperação do piso desse logradouro. Já a Oscip Museu a Céu Aberto, fundada em 2001, além dos já executados projetos hoje trabalha no restauro das Fachadas do Museu Paulista e do edifício Casa e Cadeia, entre outros.

Serviço - As vagas são limitadas e quem quiser mais informações pode entrar em contato pelo telefone (65) 9979-3495 ou o e-mail info@itaicy.org.




Fonte: A Gazeta

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