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Politica Brasil
Segunda - 25 de Setembro de 2006 às 16:37

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As pesquisas de intenções de voto apontam que se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sair vitorioso na eleição de outubro, terá pela frente o desafio de governar com um Senado constituído em sua maioria por parlamentares da oposição. Se a contagem dos votos confirmar o que tem sido mostrado pelos institutos de pesquisa, os adversários do governo (PFL, PSDB, PPS e parte do PMDB) devem dominar entre 13 e 17 das 27 cadeiras da Casa que estão em jogo nas eleições do próximo dia 1°.

Com isso, a bancada de oposição no Senado na próxima legislatura pode chegar a 43 dos 81 senadores, levando-se em conta os eleitos em 2002. Dos 16 concorrentes que se encontram com vantagem de pelo menos 14 pontos percentuais, 12 são da oposição e apenas quatro são governistas. Vale lembrar que, na corrida deste ano, apenas uma das três vagas na Casa a que cada unidade da federação tem direito está em disputa.

O levantamento do "Congreso em Foco" conclui, porém, que o Senado poderá ter mais representantes de pequenos partidos e mais mulheres. Segundo o estudo, o índice de renovação também deve ser "bastante razoável, sobretudo considerando que apenas um terço das cadeiras está em disputa".

As maiores bancadas As pesquisas indicam, de forma homogênea, que PSDB, PFL e PMDB deverão ser os partidos de maior bancada no Senado na próxima legislatura.

O PMDB, hoje com a bancada mais numerosa na Casa, perdeu força e é pouquíssimo provável que mantenha seus 20 senadores atuais. O partido tem grandes possibilidades de vitória em três estados, mas segue com chances em outros seis. São da ala oposicionistas os três candidatos da legenda com vitória praticamente assegurada: Jarbas Vasconcellos (PE), Pedro Simon (RS) e Joaquim Roriz (DF).

Pelo menos um senador candidato à reeleição, Ney Suassuna (PMDB-PB), está vendo suas chances de reeleição escorrerem pelo ralo em razão do seu envolvimento no escândalo das ambulâncias.

O PFL, que agora ocupa 16 vagas no Senado, deve manter o patamar. De acordo com as pesquisas, os pefelistas lideram a disputa com vantagem de no mínimo 14 pontos percentuais em quatro estados (Minas, Santa Catarina, Mato Grosso e Tocantins).

A bancada do PSDB, também com 16 parlamentares, deve oscilar entre 15 e 17. Quatro candidatos do partido lideram com folga a disputa para o Senado (no PR, em GO, na PB e no MS) e um tucano tem chances de vitória no Pará.

A legenda pode encolher, no entanto, caso Gerson Camata (PMDB-ES), hoje secretário de estado na capital capixaba, decida voltar para o Congresso. Se isso ocorrer, o tucano Marcos Guerra deixará a Casa e os peemedebistas se igualariam ao PFL em número de senadores.

O PT pode perder um senador, e deve ficar com 12 parlamentares no Senado. O partido deverá reeleger com certa facilidade, dois senadores cujo mandato termina este ano: Tião Viana, no Acre, e Eduardo Suplicy, em São Paulo.

O partido tem outros cinco candidatos na disputa, mas com chances pequenas, a não ser em Sergipe, onde José Eduardo Dutra apareceu 12 pontos percentuais atrás de Maria do Carmo Alves (PFL) no último levantamento, e em Santa Catarina. Lá, a vantagem de Raimundo Colombo (PFL) sobre Luci Choinacki (PT) é de 18 pontos percentuais, mas os indecisos somam 22%, índice que pode alterar os rumos da corrida.

Pequenos partidos A redução das principais bancadas deve-se ao crescimento dos pequenos partidos. O PPS, que não tem nenhum assento no Senado, pode assegurar duas vagas (em Rondônia e Roraima). O PDT, hoje com quatro, tem chances de aumentar esse número. Disputa com boas chances na Bahia, no Espírito Santo e em Alagoas.

O PSB também tem chances de ampliar sua representação na Casa. Todos os seus três senadores tem mais quatro anos de mandato e o partido disputa a liderança no Espírito Santo e no Amapá. No primeiro caso, os seis pontos percentuais que dão vantagem a Renato Casagrande (PSB) sobre Max Mauro (PDT) estão no limite da margem de erro da pesquisa Ibope. A situação, portanto, é de empate técnico. No Amapá, Cristina Almeida, apoiada no prestígio popular do ex-governador e candidato à reeleição João Capiberibe (PSB), ameaça a eleição de José Sarney (PMDB).

O PL, segundo as pesquisas, deve manter suas três vagas no Congresso, beneficiando-se da provável eleição do ex-ministro dos Transportes Alfredo Nascimento no Amazonas.

O PTB vai sofrer três baixas, de senadores cujos mandatos terminam agora, mas está em vantagem confortável no Piauí, e briga pela vitória no Maranhão e no Rio Grande do Norte. A bancada pode, portanto, manter seu atual número de integrantes (quatro).

Nestas eleições, o PCdoB pode eleger um senador pela primeira vez em sua história. É o favorito para vencer no Rio de Janeiro, com Jandira Feghali, e trava briga dura pela eleição no Ceará. O partido tem hoje um senador, Leomar Quintanilha (TO), mas ele mudou para a legenda após eleito.

O PSol não tem nenhum candidato no páreo, em razão do acordo feito com o PSTU e com o PCB para fechar a coligação com essas legendas, e vai perder Heloísa Helena, que encerra o mandato nesta legislatura. Ou seja, ficará sem representantes no Senado.

Embora filiada a um partido oposicionista, Jucá deve ser juntar à bancada do governo no Senado caso seja eleita. Seu destino mais provável é o PMDB, mesma legenda do marido, o senador Romero Jucá.

Mulheres Três outras mulheres se destacam nas eleições para o Senado: Marisa Serrano (PSDB-MS), franca favorita em seu estado; Kátia Abreu (PFL-TO), que começou a campanha muito atrás de Eduardo Siqueira Campos (PSDB) e apareceu na última pesquisa Ibope 15 pontos na frente dele; e Teresa Jucá (PPS-RR), que tem 11 pontos de vantagem sobre o atual senador Mozarildo Cavalcanti (PTB).

Senado renovado Dos 27 senadores que deixam a Casa neste mandato, apenas quatro estão com a reeleição praticamente assegurada: Alvaro Dias (PSDB-PR), Pedro Simon (PMDB-RS), Eduardo Suplicy (PT-SP) e Tião Vianna (PT-AC).

Além dos já citados Sarney, Mozarildo e Fernando Bezerra, Luiz Otávio (PMDB-PA) também está na briga, seis pontos percentuais abaixo de Mário Couto (PSDB).

Na Paraíba, o escândalo dos sanguessugas parece ter abalado a candidatura à reeleição de Ney Suassuna (PMDB), que está 17 pontos atrás do tucano Cícero Lucena e não deve voltar ao Senado no próximo mandato.

Heloísa Helena, do Alagoas, está na disputa presidencial e não volta ao Senado em 2007. Gilberto Mestrinho segue em desvantagem na disputa amazonense - mesma situação de Rodolpho Tourinho, terceiro colocado na Bahia.

O presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen, Valmir Amaral (PMDB-DF) e João Batista Motta (PSDB-ES) estão em fim de mandato e não são candidatos a nenhum cargo.

Os peemedebistas Maguito Vilela (GO) e João Alberto (MA) encerram o mandato este ano e, como estão na briga pelos governos estaduais (o primeiro como candidato a governador, o segundo como vice de Roseana Sarney), não voltam ao Senado.

Aelton de Freitas (PL-MG) e Alberto Silva (PMDB-PI) disputam uma vaga na Câmara dos Deputados e também não retornam ao Senado. No Mato Grosso, o tucano Antero Paes de Barros disputa o governo estadual e também não retorna ao Congresso.

Luiz Pontes (PSDB) encerra o mandato pelo Ceará e, assim como Juvêncio Fonseca (PSDB-MS), disputa uma cadeira de deputado estadual.

José Jorge (PFL-PE) entrou como vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) à presidência e também não volta em 2007.

Também se despedem Roberto Saturnino (PT-RJ), que aparece apenas na terceira colocação nas pesquisas e não deve se reeleger; e o relator da CPI dos Sanguessugas, senador Amir Lando (PMDB), que concorre ao governo com remotas chances de êxito.





Fonte: O Dia

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