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Politica Brasil
Sexta - 22 de Setembro de 2006 às 20:42

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O "dossiê Serra", mais um episódio da máfia das ambulâncias superfaturadas, deflagrado há uma semana, já envolve oito petistas no escândalo, incluindo o presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini, afastado da coordenação da campanha de reeleição de Luiz Inácio Lula da Silva.

O dossiê ligaria o ex-ministro da Saúde, José Serra, e o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, ao esquema de superfaturamento de ambulâncias. Interessaria ao candidato do PT em São Paulo, Aloizio Mercadante, em segundo lugar nas pesquisas.

O material foi produzido pelo empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da empresa Planam com sede em Cuiabá (MT), acusado em maio de ser o operador da máfia dos sanguessugas.

As imagens que constituíam o dossiê foram apreendidas pela Polícia Federal em Cuiabá, nas mãos de um tio de Vedoin, Paulo Roberto Trevisan, preso há uma semana.

Vedoin e dois petistas encarregados da negociação do dossiê —Gedimar Pereira Passos e Valdebran Carlos da Silva Padilha— tiveram a prisão provisória decretada no dia seguinte, mas já foram libertados, assim como Paulo Trevisan.

Desde então, outros personagens ligados ao PT tiveram seus nomes envolvidos no escândalo e todos foram afastados de seus cargos no PT ou no governo.

Veja um breve perfil deles:

HAMILTON LACERDA — era o coordenador de comunicação da campanha de Aloizio Mercadante. Foi afastado do cargo na quarta-feira ao admitir que ofereceu à revista IstoÉ o dossiê e a entrevista com Vedoin e seu pai, Darci, publicada no final de semana. Foi vereador em São Caetano do Sul três vezes seguidas. A revista publicou entrevista com os Vedoin na sexta-feira, 15.

RICARDO BERZOINI — presidente nacional do PT, candidato à reeleição a deputado federal e coordenador geral da campanha de Lula até quarta-feira à noite, quando foi afastado. Ele confirmou que sabia que subordinados procuraram a revista Época para tratar "de uma pauta de interesse jornalístico". A publicação afirmou em nota que os petistas Osvaldo Bargas e Jorge Lorenzetti ofereceram o dossiê há duas semanas, mas a revista não publicou a história.

EXPEDITO AFONSO VELOSO — funcionário de carreira do Banco do Brasil, pediu afastamento na quarta-feira do cargo de diretor de gestão de risco da instituição. Na terça, foi citado no depoimento de Valdebran à PF como tendo participação na produção do dossiê. É afiliado ao PT e estava licenciado do banco desde agosto.

JORGE LORENZETTI — ex-sindicalista, professor universitário, churrasqueiro favorito do presidente e chefe do setor de inteligência da campanha de Lula até terça-feira, quando pediu desligamento. É diretor licenciado do Banco do Estado de Santa Catarina e era subordinado a Berzoini. Foi citado na nota da Época, como tendo oferecido o dossiê. Na sexta-feira, 22, prestou depoimento à PF e declarou que procurou a família Vedoin e que o dossiê seria entregue a Hamilton Lacerda, assessor de Mercadante.

FREUD GODOY — apontado como fiel escudeiro de Lula desde 1989, era assessor especial da Presidência até terça, quando foi exonerado pelo envolvimento no caso. Seu nome surgiu no escândalo como suposto mandante da operação, segundo depoimento de Gedimar. Freud nega. Sua mulher tem uma empresa de segurança que presta serviços ao diretório nacional do PT e à campanha de Lula.

OSVALDO BARGAS — ex-dirigente da CUT, ex-secretário do Ministério do Trabalho, ex-chefe de gabinete do ministério e responsável pelo capítulo de trabalho na programa do segundo mandato de Lula. Bargas é casado com Monica Zerbinato, secretária particular de Lula. Deixou o comitê de campanha de Lula por ter sido citado na nota da Época, junto a Lorenzetti.

VALDEBRAN CARLOS DA SILVA PADILHA — empresário, engenheiro elétrico e filiado ao PT de Mato Grosso. Segundo depoimento de Gedimar, Valdebran seria o homem de confiança da família Vedoin para se aproximar dos petistas. Ele afirmou que seu contato com Gedimar foi feito através de Lorenzetti. Trabalhou na parte financeira da campanha do então presidente do PT de Mato Grosso à prefeitura de Cuiabá. Teve sua filiação ao partido suspensa.

GEDIMAR PEREIRA PASSOS — advogado, ex-policial federal e funcionário do PT na campanha de reeleição na área de inteligência, subordinado a Lorenzetti. Seu afastamento da campanha foi confirmado na quinta-feira, quando o novo coordenador, Marco Aurélio Garcia, afirmou que extinguiria o setor de inteligência. Quando preso junto a Valdebran, em São Paulo, os dois levavam cerca de 1,7 milhão de reais, quantia para a compra do dossiê.





Fonte: Reuters

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