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Politica Brasil
Sexta - 22 de Setembro de 2006 às 19:53

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A Polícia Federal tenta acelerar as investigações sobre a origem do dinheiro que seria usado na compra de um dossiê que ligaria candidatos do PSDB à máfia das ambulâncias.

Nesta sexta-feira, agentes da PF no Rio tentam localizar duas agências bancárias em Duque de Caxias e em Campo Grande, das quais teriam saído parte do 1,16 milhão de reais que foi apreendido em São Paulo na sexta-feira passada em poder do advogado Gedimar Passos e do empresário Valdebran Padilha.

Na véspera, a polícia identificou duas agências bancárias em São Paulo que também teriam sido usadas no saque dos recursos. Uma, do BankBoston, está localizada no bairro da Lapa e outra, do Bradesco, na Barra Funda.

Uma fonte ligada à investigação informou à Reuters sob condição de anonimato que, no início desta semana, foi iniciada em São Paulo uma investigação dirigida a grandes casas de câmbio instaladas no Estado.

Na quinta-feira, a Polícia Federal destacou o delegado Luiz Flávio Zampronha, da divisão de combate a crimes financeiros, para investigar a origem do dinheiro.

Zampronha é o mesmo delegado que atuou no caso "mensalão".

Além da quantia em reais, também foram apreendidos em poder de Gedimar e Valdebran 248,8 mil dólares. A PF suspeita que esse recurso tenha entrado de forma ilegal no país.

O investigador acha que doleiros em atividade na região tenham alguma forma de participação na entrada desses recursos no Brasil.

A PF acredita que somente a partir da elucidação da origem dos recursos e dos responsáveis por este dinheiro será possível esclarecer o caso da negociação do dossiê.

Nesta sexta-feira, um dos envolvidos no caso, Jorge Lorenzetti, prestou depoimento ao delegado Diógenes Curado, em Brasília, onde afirmou que o dossiê seria entregue a Hamilton Lacerda, ex-coordenador da campanha ao governo do Estado do senador Aloizio Mercadante, do PT.

A informação foi passada a jornalistas pelo advogado de Lorenzetti, Aldo de Campos Costa.

Nesta sexta feira, deverão ser ouvidos também o ex-secretário do Ministério do Trabalho, Osvaldo Bargas, e o diretor do Banco do Brasil, Expedito Afonso Veloso.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, disse que a elucidação do caso é uma questão de honra para o presidente Lula. Mas, segundo ele, não se deve permitir que a ansiedade prejudique as investigações.

"Não se pode prejudicar a investigação para obter efeito eleitoral. O caso está praticamente resolvido. A PF trabalha para descobrir a origem do dinheiro. A ansiedade não pode atrapalhar. Não podemos aderir ao clima incendiário que acompanha a última semana da eleição", declarou Bastos a jornalista no encerramento da 75a. Assembléia Geral da Interpol no Rio de Janeiro.

O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), um dos sub-relatores da CPI das Sanguessugas, acha, no entanto, que, com as ferramentas que o governo tem, a PF já teria condições de ter apresentado a origem dos recursos.

"Eu não diria que o governo está agindo para atrasar a investigação, mas creio que, por meio do COAF (Conselho de Controle de Atividades Financeiras ligado ao Ministério da Fazenda), já se teria condições de identificar a origem desses recursos", afirmou.





Fonte: Reuters

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