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Politica Brasil
Sexta - 22 de Setembro de 2006 às 07:47

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O juiz federal Marcos Tavares autorizou ontem o envio à CPI dos Sanguessugas de todos os documentos relativos à investigação sobre a venda de dossiês com denúncias contra tucanos. A documentação inclui inclusive as informações que possam comprometer os candidatos José Serra e Geraldo Alckmin, que concorrem ao governo do Estado e à presidência, respectivamente.

Quanto ao depoimento feito por Luiz Antônio Trevisan Vedoin à Polícia Federal ontem, nenhuma palavra à imprensa. O delegado Diógenes Curado Filho deixou o prédio da Superintendência da PF no Estado à noite alegando, a jornalistas de todo o país que estão em Cuiabá para apurar o caso, que o inquérito corre em sigilo e por isso não poderia revelar o que o dono da Planam disse sobre o esquema de venda do dossiê, durante as 5 horas de interrogatório. O mesmo fez o procurador Mário Lúcio Avelar, que acompanhou o depoimento.

Numa estratégia para driblar a barreira da imprensa, o advogado de Vedoin, Elói Ricaro Refatt, saiu na frente, mantendo o silêncio. O cliente dele saiu em seguida, aproveitando a abertura. Refatt disse apenas que “os documentos apreendidos não caracterizam nada de novo e não representam prova”. Perguntado então, se é assim, por que seu cliente tentava vendê-los, ele respondeu que isso deve ser respondido por quem quis comprar. Não deu dicas, porém, ao ser questionado sobre com quem Vedoin tratou.

O discurso dele, embora curto, deixou claro que a intenção da defesa é descaracterizar o crime pelo qual Luiz Antônio responde nesse inquérito: ocultação de provas. Reffat confirmou também que seu cliente não usou o direito de se manter calado. Ele falou. Algemado, Vedoin voltou para a Polinter, anexo ao presídio do Pascoal Ramos, onde está sendo mantido preso.

O PSDB não emitiu qualquer nota sobre a presença de Serra e outros tucanos no evento de entrega de ambulâncias da Planam, adquiridas por meio de emendas. Mas, como o juiz Marcos Tavares, da 2ª Vara da Justiça Federal de Mato Grosso, autorizou à PF daqui a enviar todas as informações já apuradas até agora de imediato à CPI, conforme requisitou o presidente da Comissão, Antônio Biscaia (PT/RJ), Serra passa a ser investigado na condição de envolvido.

A Justiça também autorizou uma diligência. A informação foi repassada de forma resumida à imprensa e pode significar nova prisão ou apenas um mandado de busca e apreensão em Cuiabá ou em Brasília.

O delegado Diógenes segue hoje para Brasília, onde vai ouvir Osvaldo Bargas, Jorge Lorenzetti e Expedito Afonso Veloso. Todos eles trabalhavam na campanha de Lula, da qual já se desligaram.

DVD - As imagens que associam Serra aos Vedoin e à Planam, em VHS, ou seja, um sistema antigo de imagem, foram transformadas em DVD em 13 de setembro, dois dias antes da PF abortar a negociata. O dono da empresa AFPL, onde o serviço foi feito, Arnaldo Souza Marques, diz que não conhecer o homem que foi até lá, mas que ele pediu um recibo em nome de Ivo. Porém alegou não saber dizer se o sobrenome dele é Espíndola, genro de Darci Vedoin, um dos presos no inócio da Operação Sanguessuga.

Conforme Marques, o cliente pediu que as imagens fossem deletadas do sistema, embora a AFPL seja especialista em salvaguardar imagens e, de acordo com o dono, possui 2 milhões de arquivos mantidos desde setembro de 1989. Perguntado se é comum seus clientes fazerem este pedido, ele responde que se pedirem para deletar, ele deleta e se pedirem para manter, ele mantém.





Fonte: Diário de Cuiabá

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