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Politica Brasil
Quinta - 21 de Setembro de 2006 às 16:02

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A corrida eleitoral voltou a ganhar ânimo hoje, após o afastamento do chefe de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Ricardo Berzoini, acusado de comandar a tentativa de compra de um dossiê sobre candidatos da oposição.

O escândalo vem à tona a apenas 10 dias das eleições, que pareciam decididas a favor de Lula. O dossiê foi preparado pelos empresários Darci e Luiz Antônio Vedoin, suspeitos de comandar a "Máfia dos Sanguessugas", responsável pela fraude na compra de ambulâncias para o Estado.

O documento continha acusações que envolviam no caso os candidatos à Presidência, Geraldo Alckmin, e ao Governo de São Paulo, José Serra, ambos do PSDB.

Os membros do comando de campanha de Lula tentaram comprar o dossiê e negociá-lo com revistas locais.

Em entrevista concedida à "Rede Globo", Lula condenou as tentativas de "investigar a vida dos outros, e pagar por isso". O presidente afirmou não aceitar práticas dessa natureza.

O afastamento de Berzoini, que afirmou desconhecer a existência do dossiê, foi explicado pelo novo coordenador de campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, que afirmou que seria impossível "compatibilizar a direção da campanha com a necessidade de dar explicações" sobre o caso Garcia reiterou sua confiança no dirigente, que também é presidente do PT.

As punições aos envolvidos, muitos deles aliados próximos de Lula, não foram suficientes para a oposição, que com o escândalo recarregou suas baterias para a reta final da campanha.

Alckmin, até então moderado em relação às denúncias de corrupção contra o PT e o Governo, subiu hoje o tom das críticas, comparando Lula "a um ladrão de carros".

O candidato do PSDB afirmou que existem "todas as razões" para iniciar um processo de cassação contra Lula, e denunciou a instalação de uma "sofisticada organização criminosa" no Governo.

"Ninguém pode mais acreditar em Lula, que diante de cada escândalo diz que não sabia de nada", disse Alckmin, que graças ao dossiê renovou suas esperanças de chegar ao segundo turno.

Serra também se manifestou, assegurando que foi o próprio Berzoini quem "coordenou pessoalmente" a tentativa de compra do dossiê.

O candidato ao Governo de São Paulo exigiu ainda que seja determinada a origem dos R$ 1,7 milhão que seriam pagos pelo dossiê, pois existem suspeitas de que tenham saído do Governo, o que agravaria ainda mais a situação.

Berzoini, por sua vez, divulgou uma carta na qual pediu à militância do PT que vá para as ruas, "com argumentos, panfletos e bandeiras".

"O povo brasileiro está decidido a dar continuidade à construção de uma pátria livre, igual e soberana", afirmou.

A Central Única de Trabalhadores (CUT) divulgou uma nota na qual alertou sobre "tentativas de instalar o caos" e as "aventuras golpistas" que ameaçam romper as regras democráticas.

Todos esperam agora para conhecer o verdadeiro impacto do escândalo na imagem de Lula. Enquetes de opinião devem ser divulgadas nos próximos dias revelando as reações do eleitorado.

Segundo Marco Aurélio Garcia, as pesquisas do PT dizem "que não houve impacto algum". O novo coordenador de campanha do presidente afirmou que o partido está confiante em "uma vitória sólida" de Lula no dia 1º de outubro. Alckmin, no entanto, afirma que a eleição vai para o segundo turno.





Fonte: Terra

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