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Politica Brasil
Quinta - 21 de Setembro de 2006 às 14:44
Por: Onofre Ribeiro

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O PT adora uma lambança. Com o presidente Lula a um passo da reeleição, jogam-lhe no colo uma bomba bem capaz de produzir o temido segundo turno. Em outros tempos, certamente seria a oposição e, na época, talvez o próprio PT denunciaria o escândalo. Mas agora é, de novo, o PT quem desanca a reeleição do seu próprio candidato produzindo mais um incontável escândalo.

Muito infantil. Todos deveriam saber que estão grampeados pela Polícia Federal. Hoje no Brasil, quem tem uma galinha está sendo monitorado. Imagine-se partidos políticos, dirigentes partidários e esse pessoal dos Vedoins que está no olho do furacão dos escândalos dos sanguessugas faz tempo.

Em junho de 2006 o ex-deputado federal Roberto Jefferson entregou um esquema de corrupção fantástico, com profundas ramificações, nascidas no gabinete civil da presidência da República onde, antes, já nascera o escândalo Waldomiro Diniz. De junho de 2005 em diante os escândalos foram se sucedendo. Todos, sem exceção, envolvendo gente graúda do PT. Primeiro Waldomiro Diniz, depois o próprio José Dirceu, chefe do gabinete Civil, depois o presidente do PT, José Genoíno, depois seu irmão com a cueca recheada de dólares, depois Delúbio Soares, Silvinho Pereira, o ex-ministro Antonio Palloci, o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, Luis Gushiken, ministro da Comunicação Social.

Na periferia desses, estão dois publicitários: Marcos Valério e seu “valerioduto” e o mago do presidente Lula, Duda Mendonça. Ambos confessaram suas participações em pesados esquemas financeiros envolvendo instituições financeiras públicas como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Fora bancos como o Rural e BMG, hoje praticamente quebrados.

Sem falar nos doleiros envolvidos nas sucessivas operações, sem falar nas mortes dos prefeitos Celso Daniel e Toninho. Ambas mostram as impressões digitais do PT. É muito escândalo. As CPIs dos Bingos, dos Correios e do Mensalão produziram toneladas de papel e todos caíram sempre no mesmo colo: o do PT.

A periferia disso tudo acabou corrompendo o Congresso Nacional, o Judiciário e banalizou a idéia de corrupção no Estado. Claro que as bolsas família e programas afins mascararam e salvaram o presidente da República. Político hábil e individualista, como são todos os políticos messiânicos, salvou os dedos e entregou todos os anéis.

A ausência de uma real oposição no país, validou todas as defesas e os deboches apresentados contra todos os escândalos. Agora surge mais um, esse da tentativa de venda pelos Vedoins, e de compra pelo PT de São Paulo, de documentos, vídeos e fitas comprometendo adversários nas eleições paulistas e, se necessário, o candidato a presidente do PSDB. Ficam as questões: é muito amadorismo, é muito deboche ou é mesmo má índole?

Se mais esse escândalo levar a um segundo turno, saberemos.

Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM onofreribeiro@terra.com.br





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