Mais uma lambança
Muito infantil. Todos deveriam saber que estão grampeados pela Polícia Federal. Hoje no Brasil, quem tem uma galinha está sendo monitorado. Imagine-se partidos políticos, dirigentes partidários e esse pessoal dos Vedoins que está no olho do furacão dos escândalos dos sanguessugas faz tempo.
Em junho de 2006 o ex-deputado federal Roberto Jefferson entregou um esquema de corrupção fantástico, com profundas ramificações, nascidas no gabinete civil da presidência da República onde, antes, já nascera o escândalo Waldomiro Diniz. De junho de 2005 em diante os escândalos foram se sucedendo. Todos, sem exceção, envolvendo gente graúda do PT. Primeiro Waldomiro Diniz, depois o próprio José Dirceu, chefe do gabinete Civil, depois o presidente do PT, José Genoíno, depois seu irmão com a cueca recheada de dólares, depois Delúbio Soares, Silvinho Pereira, o ex-ministro Antonio Palloci, o presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Mattoso, Luis Gushiken, ministro da Comunicação Social.
Na periferia desses, estão dois publicitários: Marcos Valério e seu “valerioduto” e o mago do presidente Lula, Duda Mendonça. Ambos confessaram suas participações em pesados esquemas financeiros envolvendo instituições financeiras públicas como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Fora bancos como o Rural e BMG, hoje praticamente quebrados.
Sem falar nos doleiros envolvidos nas sucessivas operações, sem falar nas mortes dos prefeitos Celso Daniel e Toninho. Ambas mostram as impressões digitais do PT. É muito escândalo. As CPIs dos Bingos, dos Correios e do Mensalão produziram toneladas de papel e todos caíram sempre no mesmo colo: o do PT.
A periferia disso tudo acabou corrompendo o Congresso Nacional, o Judiciário e banalizou a idéia de corrupção no Estado. Claro que as bolsas família e programas afins mascararam e salvaram o presidente da República. Político hábil e individualista, como são todos os políticos messiânicos, salvou os dedos e entregou todos os anéis.
A ausência de uma real oposição no país, validou todas as defesas e os deboches apresentados contra todos os escândalos. Agora surge mais um, esse da tentativa de venda pelos Vedoins, e de compra pelo PT de São Paulo, de documentos, vídeos e fitas comprometendo adversários nas eleições paulistas e, se necessário, o candidato a presidente do PSDB. Ficam as questões: é muito amadorismo, é muito deboche ou é mesmo má índole?
Se mais esse escândalo levar a um segundo turno, saberemos.
Onofre Ribeiro é articulista deste jornal e da revista RDM onofreribeiro@terra.com.br
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