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Politica Brasil
Quinta - 21 de Setembro de 2006 às 08:10

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As negociações para a venda dos documentos ligando os candidatos do PSDB à máfia dos sanguessugas começaram há pelo menos dois meses, quando um dos chefes do esquema de superfaturamento na compra de ambulâncias, Luiz Antonio Vedoin, dono da Planam, ainda estava preso, revela o depoimento do empresário Valdebran Carlos Padilha da Silva à Polícia Federal.

Valdebran contou à PF que, a pedido de um advogado cujo nome ele disse não recordar, visitou Vedoin na carceragem da Polinter, em Cuiabá (MT). Nesse encontro, Vedoin disse que iria procurá-lo depois de sair da prisão, pois queria que ele entregasse uma "documentação" a "uma equipe". Valdebran contou que só depois foi informado que os documento seriam entregues a membros do PT.

O empresário não informa no depoimento quando a visita aconteceu, mas a Folha apurou que ele esteve com Vedoin no final de junho, cerca de duas semanas antes de o dono da Planam ser solto, o que ocorreu no dia 11 de julho. Já o advogado que ele disse não recordar o nome, também segundo a Folha, seria o próprio Gedimar Pereira Passos.

Valdebran também afirma no depoimento que Vedoin disse a ele que os documentos seriam entregues "mediante pagamento", e que o dinheiro seria uma "ajuda para minimizar os problemas financeiros" da família por conta do bloqueio de bens decretado pela Justiça, devido às investigações da máfia dos sanguessugas.

De acordo com Valdebran, Vedoin voltou a procurá-lo nos dias 9 e 10 de setembro. Foi então que Vedoin pediu a ele que viajasse a São Paulo --não para entregar documentos, mas sim para se certificar da existência dos R$ 2 milhões que o dono da Planam receberia pelo dossiê contra os tucanos.

Valdebran conta que chegou em São Paulo no dia 12 de setembro e, no aeroporto de Congonhas, recebeu uma mensagem de texto no celular com uma orientação para se dirigir até o saguão. Foi lá que ele encontrou pela primeira vez o advogado Gedimar Pereira Passos.

No dia seguinte, dia 13, no hotel Ibis, Gedimar entregou a ele uma sacola preta com R$ 1 milhão, sendo parte deste valor em dólares. Segundo Valdebran, Vedoin não havia comentado que parte do pagamento seria feito em dólar.

Gedimar, afirma Valdebran, disse que não tinha o restante do dinheiro, mas pede que ele fique com o R$ 1 milhão já entregue como garantia até o recebimento da outra parte. Valdebran diz que relutou em permanecer no hotel, mas que aceitou ficar depois de pedido de Vedoin e da garantia dada por Gedimar de que o dinheiro seria entregue até o dia seguinte.

Segundo Valdebran, no dia 14 Gedimar apresentou a ele outros R$ 700 mil e disse que só depois entregaria os outros R$ 300 mil. Por telefone, Vedoin aceitou a condição e informou que naquela madrugada um emissário chegaria ao hotel com os documentos. Valdebran manteve a guarda do R$ 1 milhão, enquanto os R$ 700 mil permaneceram em poder de Gedimar. Naquela madrugada, porém, eles foram presos pela PF.

Valdebran disse à PF que mora há mais de 30 anos em Cuiabá e que se tornou amigo dos Vedoin há cerca de seis anos, quando era diretor da AMM (Associação Mato-grossense de Municípios).





Fonte: 24HorasNews

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