Tailandeses vêem golpe militar com tranquilidade
Embora a derrubada do premiê Thaksin Shinawatra tenha surpreendido as pessoas, muita gente a encarou como uma medida oportuna para encerrar a crise cada vez maior que mergulhou o país num limbo político por nove meses.
"Estou feliz de o golpe ter acontecido, porque as coisas estão feias há muito tempo", disse Rittiporn Yomram, de 36 anos, que dirige uma mototáxi.
Veículos e jipes militares estavam estacionados diante dos shoppings de Bangcoc, com soldados nas esquinas e nas estações de metrô. Bancos, bolsas de valores, escolas e órgãos do governo permaneceram fechados. Os jornais se esgotaram nas bancas, já que o Exército cancelou os programas normais de rádio e TV.
O varredor de rua Somsak Nurnsai disse que as pessoas estão confusas com o que está ocorrendo, mas disse estar confiante de que não haverá violência, como já aconteceu tantas vezes no país.
"No começo não sabia de nada, e não tinha certeza sobre o que o Exército ia fazer quando os tanques chegassem", disse ele. "Não acredito que haverá violência. A Tailândia avançou muito desde aquele tempo".
O mototaxista Somsak Khanok, de 33 anos, disse estar feliz com a atitude dos militares. "As pessoas estão criando problemas há meses, e, desde que o Exército não apele para a violência, essa revolução será uma coisa boa".
Mas havia temores sobre os efeitos do golpe e da derrubada de Thaksin — o premiê eleito que mais tempo governou a Tailândia — sobre o país e sua economia.
"Abri meu restaurante esta manhã e não havia ninguém. Se isso acontecer por mais de três dias, meu negócio ficará arruinado", disse Urai Dokmai, de 57 anos.
"Sei que Thaksin é corrupto, mas o defendo porque ele fez muita coisa boa por este país, especialmente pelos pobres", acrescentou.
A faxineira Amporn Sriaem, de 46 anos, se disse descontente com a derrubada. "Não tenho problema nenhum com Thaksin. Ele parece uma boa pessoa, ele nos deu assistência médica barata, ajudou os pobres", disse ela. "Se isso se prolongar, vai destruir a economia do país".
Comentários