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Cultura
Segunda - 18 de Setembro de 2006 às 08:53
Por: Andréia Fontes

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No conjunto dos assuntos em debate no Seminário Troca Letras promovido pela Literamérica 2006 - Feira Sul-Americana do Livro, neste domingo (17) foi a vez de discutir “Questões indígenas Sul-americana”. A palestrante boliviana Silvia Rivera Cusicanqui e a professora do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG), Joana Fernandes Silva, proporcionaram um amplo debate sobre a situação indígena vivida nos últimos anos nos países com a maior população indígena do mundo: Brasil e Bolívia.

O seminário reuniu debatedores com os temas apresentados pelas palestrantes: “Terras e Territórios Indígenas” e a “Memória Indígena da Bolívia”. O foco da apresentação ocorreu nos dilemas, avanços e dificuldades na demarcação e garantia dos direitos dos povos indígenas no Brasil contemporâneo.

Um dos grandes renomes da literatura, a escritora Silvia Cusicanqui, falou das dificuldades vividas pela população indígena boliviana. Em uma de suas obras “Memoria Oral Y Hegemonía Indígena em Bolívia” lançada em setembro desse ano, relata a história desse povo. “A Bolívia possui 60% da população com origem indígena”, disse a escritora.

No Brasil existem 220 povos indígenas diferentes, com 180 línguas faladas. De acordo com Joana Fernandes, essas estatísticas ainda são desencontradas.”O saldo mais positivo da população indígena é de 500 mil, sendo que essa população era formada por mais de um milhão de pessoas, então o que se espera é um desencontro de índios ainda não identificados”, enfatiza a professora. “Só descobrimos novos povos indígenas quando esses grupos reivindicam sua identidade aos governos”, declarou Joana.

Indignada com a situação indígena do país, a professora explica a diferença de terra e território. “O índio busca território, uma categoria mais ampla, que proporciona a plantação, moradia, reprodução, enfim. Já a terra é a conquista feita pelo dinheiro, refere-se à propriedade particular”, explicou a professora. “O índio não tem terras, que tem é o governo brasileiro”, indagou Joana.

Em Mato Grosso, dos 88 milhões de hectares, 17 milhões são de terras indígenas, formado por 38 povos diferentes. Atualmente, 60% da população indígena vive na Amazônia Legal, isso significa três vezes mais que a população de Roraima, e uma vez e meia a população do Amapá.

O Seminário Troca-Letras é um dos espaços oferecidos dentro da Literamérica 2006, que proporciona o debate da realidade cultural brasileira, com temas relacionados à cultura e a literatura, promovendo um intercâmbio de idéias com a sociedade civil, escritores, dentre outros. Os encontros serão realizados até o dia 24 de setembro das 9 às 18h. Para a inscrição acesse o link (Faça sua inscrição), selecione cada uma das mesas ou conferências que quiser participar e insira seu CPF para efetivar o cadastro.





Fonte: Da Assessoria

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