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Economia
Domingo - 17 de Setembro de 2006 às 08:11
Por: Rozeli Riechelmann

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O óleo de soja bruto misturado ao metanol ou etanol será o combustível alternativo para o campo este ano.

O produto fabricado por produtores rurais de Mato Grosso será utilizado na safra 2006/2007 puro ou na proporção de 70% e 30% de óleo diesel por litro. A adição proporcionará uma redução nos custo da lavoura mecanizada de até 30% na comparação com o litro do diesel.

O produto é a nova opção frente ao fracasso da alternativa utilizada na safra passada: apenas o óleo de soja. O uso acabou trazendo mais prejuízos do que benefícios para os agricultores. A mistura anterior, feita na proporção de 50% do diesel, resultou uma economia imediata, mas a longo prazo só resultou em lucro para as retíficas de motores agrícolas.

A fabricação do combustível alternativo, denominado de "biodiesel" pelos produtores, já é uma prática comum no interior de Mato Grosso, principalmente na região Norte, onde é produzido para consumo individual em cooperativas e até mesmo em associações. A estimativa média dessa produção varia de 1 mil a 15 mil litros, dependendo do tipo de fabricante.

O vice-presidente da Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja) e também secretário do Sindicato Rural de Sorriso, Leonir Nadir Sucolatti, destaca que o procedimento foi o caminho encontrado diante dos altos custos do diesel, que é vendido na região entre R$ 2 a R$ 2,10 o litro.

A estimativa média de consumo de combustível na produção rural é de 30 a 50 litros por hectare a cada safra. A redução de 30% sobre o custo do litro do diesel faz o "biodiesel" alternativo sair por aproximadamente R$ 1,40. Usado sem mistura, pode significar na safra uma economia de até R$ 35 por hectare ou R$ 24,50 caso ocorra a adição de 70% de "biodiesel. Apenas em Sorriso, com cerca de 650 mil hectares de área agrícola, essa alternativa pode significar uma redução para o bolso do produtor de até 34% do custo final com combustível.

Conforme Sucolatti, os produtores estão cada vez mais se articulando. Hoje existe na região de Sorriso cerca de 5 a 6 fábricas desse "biodiesel" alternativo funcionando para abastecer o mercado local. "Não existe comercialização. Produzimos em cooperativas ou associações", justifica o produtor descaracterizando qualquer possibilidade de venda.

A produção do "biodiesel" alternativo colabora para a queda no consumo de diesel no Estado. Em Sorriso, os revendedores de combustíveis contabilizam uma baixa nas vendas de até 50%. O volume de diesel comercializado em setembro de 2005 em um dos postos da região foi de 500 mil litros, enquanto este mês vendeu apenas 250 mil litros.





Fonte: Gazeta Digital

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