"Não temos vergonha de tocar axé", diz líder do Asa de Águia
"Não somos uma banda de rock romântico, nem de sertanejo. Vamos chamar de quê?", questiona. "Muitos artistas têm medo de se segmentarem", analisa. Algo que o Asa de Águia não teme, pelo contrário: a gravação ao vivo faz um apanhado dos principais hits do grupo e a empolgação do público dá a medida do sucesso do gênero, classificada por Lelys também como "música de carnaval" ou "fest music".
Como explicar esse sucesso? "Deve ser porque o carnaval e o futebol estão no sangue do brasileiro", sugere Lelys.
O músico, no entanto, não aposta só na tradição cultural brasileira para se manter vivo no mercado. Não foi à toa que o DVD é o primeiro do Asa de Águia em suas duas décadas de existência. "Não lançamos antes para ver a produção de outros DVDs de axé na Bahia", conta Lelys, que revela ter investido R$ 1,5 milhão na produção do vídeo, que conta com músicas como Tô à Tôa, Manivela e Dança do Vampiro.
Além de investir na qualidade de som e vídeo do DVD, Lelys procurou incrementar o show com uma participação especial: Gilberto Gil. "Ele é gênio. Ter ele tocando com o Asa ia valorizar a banda musicalmente", justifica o cantor, que conseguiu que o atual Ministro da Cultura dividisse o palco com a banda durante o carnaval baiano, onde parte do DVD foi gravado. A outra parte foi filmada em São Paulo.
Um dos destaques do show é o momento em que Lelys entra no palco montado em uma motocicleta Harley Davidson. A inspiração para a performance vem, curiosamente, da banda de heavy metal Judas Priest, que usa o mesmo artifício. "Começamos como grupo de rock, temos essa ligação. Curto caras como Rick Wakeman e Emerson, Lake & Palmer", diz Lelys, roqueiro com os dois pés no carnaval.
Comentários