Defesa de Antero apresenta 11 páginas

O senador Antero Paes de Barros (PSDB) apresentou ontem à tarde sua defesa à CPMI das Sanguessugas pedindo que a denúncia de Luiz Antonio Vedoin contra ele seja "liminarmente desconsiderada ou julgada improcedente". O tucano alegou para isso a "total insubsistência e falta de veracidade dos fatos apresentados". Solicitou ainda que tudo aconteça sem prejuízo de que sejam objeto de profunda análise por parte da CPMI os fatos que envolvem os "evidentes benefícios outorgados pelo atual governo de MT à Planam".

Em 11 páginas, Antero contesta ponto a ponto a denúncia de que teria participado da máfia das ambulâncias. Foi anexada à defesa uma cópia em DVD e a degravação de entrevista coletiva dada pelo deputado Lino Rossi (PP) isentando o senador. Rossi é apontado por Vedoin como o grande operador do esquema no Congresso. Também estão juntadas na defesa do tucano cópias de notas publicadas em blogs e matérias de jornais, além de ofícios e parte de depoimentos de Vedoin.

Antes de entregar a defesa, Antero concedeu uma entrevista coletiva no Senado, apoiado pelo presidente nacional do PSDB, Tasso Jereissati (CE) e o líder do partido no Senado, Arthur Virgílio (AM). Na entrevista ele disse, como consta na defesa, que cancelou no final de 2001 as emendas que seriam apresentadas em seu nome para compra de ambulâncias. "Se eu fizesse parte do esquema e recebesse por isso como cancelaria as emendas?", questionou. Ele lembrou também que solicitou do Ministério Público Federal o pedido de prisão preventiva de Luiz Antonio Vedoin por estar atrapalhando as investigações. O MPF ainda não se manifestou.

Na defesa, Antero declarou surpresa po haver sido notificado pela CPMI para se manifestar sobre uma "denúncia inconsistente e extemporânea, que não encontra o menor respaldo na realidade e nem resiste a uma análise superficial de conteúdo".

O senador enumerou a denúncia de Vedoin, que começou com declarações dadas à revista Veja que circulou na semana passada e argumentou que toda a situação não passa de tentativa de prejudicar sua campanha ao governo do Estado. Frisou que Vedoin não o denunciou antes à Justiça e só se "lembrou" de Antero quando ele descobriu que o governo Maggi havia beneficiado a Planam com incentivos fiscais.