Vezena abre 63ª edição e homenageia cineasta brasileiro

A 63ª edição da Mostra de Veneza começará na noite desta quarta-feira com a exibição A Dália Negra, dirigido por Brian De Palma, e faz uma homenagem ao cineasta brasileiro Joaquim Pedro de Andrade.

Considerado um dos pais do Cinema Novo, Joaquim Pedro de Andrade dirigiu filmes como Macunaíma, Os Inconfidentes, O Aleijadinho e Garrincha, Alegria do Povo. Em 1988, o cineasta morreu, aos 56 anos, vítima de câncer de pulmão.

Além dos 22 títulos que concorrem ao Leão de Ouro de melhor filme, a sessão oficial da Mostra Internacional da Arte Cinematográfica de Veneza terá 17 títulos na categoria Fora de Concurso e 19 na categoria Orizzonti, dedicada às novas tendências do cinema.

Além disso, haverá também sessões autônomas, como o Dia dos Autores, retrospectivas, curtas-metragens e um "filme surpresa", cujo título não será revelado até a abertura oficial do festival. Toda essa programação faz parte de um festival cuja entrada simples varia entre 8 e 38 euros, e no qual o balcão sai a até 1,1 mil euros.

Além de "A Dália Negra", que conta com atrizes como Scarlett Johansson e Hillary Swank, também concorre ao Leão de Ouro Filhos da Esperança, de Alfonso Cuarón, interpretado por Clive Owen, Julianne Moore e Michael Caine.

Outro candidato ao prêmio é o filme "Bobby", de Emilio Estevez - que tem no elenco Sharon Stone, Anthony Hopkins e Demi Moore - e "The Fountain", de Darren Aronofsky - com Hugh Jackman e Rachel Weisz.

Além dos títulos americanos, concorrem ao Leão de Ouro os italianos La Stella Che Non c''e, de Gianni Amelio, com Sergio Castellitto e Tai Ling; Nuovomondo, dirigido por Emanuele Crialese e estrelado por Charlotte Gainsbourg e Vincenzo Amato, e Quei Loro Incontri, dirigido pelo casal Jean-Marie Straub e Daniele, com Vittorio Vigneti e Angela Nugara.

A França, que concorrerá com dois filmes, e o Japão, com outros dois, são os dois países com mais filmes na competição depois dos EUA e da Itália. Para conquistar o Leão de Ouro, a França aposta em L'Intouchable - de Benoit Jacquot, com Isild Le Besco e Bérangére Bonvoisin - e em Private Fears in Public Places, último filme de Alain Resnais, estrelado por Lambert Wilson e Laura Morante.

Paprika, um filme de animação criado pelo japonês Kon Satoshi, e Mushi-shi, de seu compatriota Katsuhiro Otomo, são as opções do país asiático que concorrerão ao prêmio de melhor filme. A Europa completa sua presença na competição com o austríaco Fallen, de Barbara Albert; com o belga Nue Proprieté, de Joachim Lafosse; e com o britânico The Queen, de Stephen Frears.

Nessa seção, também estão o chadiano Daratt, dirigida por Mahamat-Saleh Haroun; o filme de Hong Kong Fangzhu, de Johnnie To; o russo Ejforija, de Ivan Vyrypaev; o tailandês Sang Satawatt, de Apichatpong Weerasethakul; e o taiuanês Hei Yanquan, de Tsai Ming-Liang.

A América Latina não tem representantes na competição, mas há títulos na categoria Orizzonti, na qual o mexicano Paul Leduc apresenta O cobrador e o brasileiro Karim Aïnouz mostra O Céu de Suely. Na categoria Fora de Concurso estão também filmes como o último trabalho de Spike Lee, When the Levees Broke - A Requiem in Four Acts, sobre a catástrofe ocorrida nos Estados Unidos devido ao furacão "Katrina".

Essa seção também apresentará As Torres Gêmeas, a visão de Oliver Stone sobre os atentados de 11 de setembro de 2001; e Inland Empire, a última obra de David Lynch, que no dia 6 receberá o Leão de Ouro por sua carreira no cinema.

No Dia dos Autores serão exibidos oito filmes de seis diferentes países, entre eles os espanhóis Azul Oscuro, Casi Negro, de Daniel Sánchez Arévalo, e La Noche de los Girasoles, de Jorge Sánchez Cabezudo.

Essa seção também terá o filme co-produzido por Peru e Argentina Chicha Tu Madre, do peruano Gianfranco Quattrini, e na Semana Internacional da Crítica será exibido o argentino El Amarillo, de Sergio Mazza. A 63ª edição da Mostra de Veneza também faz uma homenagem ao diretor italiano Roberto Rossellini pelo centenário de seu nascimento.