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Cultura
Terça - 29 de Agosto de 2006 às 01:07

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O Grupo Siriema de Cultura Popular realiza no dia 29 de setembro a Noite do Siriri e do Rasqueado. A noite também será embalada pela Banda Revelação, com a participação especial do músico Bolinha. A renda será revertida para compra de figurinos e instrumentos musicais para o grupo.

O Grupo Siriema de Cultura Popular nasceu na comunidade de Varginha, em Santo Antonio de Leverger, há oito meses para suprir a necessidade de manter viva a memória e a cultura do Estado. Varginha é conhecida pela tradição de seus grupos folclóricos, mas grande parte dos manifestantes culturais já estava envelhecendo e deixando de viver a tradição. Foi com a necessidade de resgatar as tradições que surgiu a idéia do grupo. Primeiramente reunindo 20 jovens, todos moradores da comunidade, com idade entre 10 e 24 anos.

O grupo é composto por músicos, dançarinos e figuras lendárias e trabalham pelo crescimento da cultura mato-grossense. Dança do siriri e cururu, rasqueado cuiabano e a dança do boi-à-serra são manifestações que sempre estão presentes nas apresentações. No total o grupo já soma 15 apresentações, dentre elas a gravação da novela Bicho do Mato, da TV Record, no qual tocaram, dançaram e atuaram como figurantes.

História - A origem exata do Siriri ainda é desconhecida, mas pela tradição cuiabana imagina-se que ele traz elementos da cultura indígena e da cultura negra. Estudiosos que passaram pelo Estado no início do século passado fizeram registros sobre a dança. Entre eles Max Schimidt, que registrou a dança em 1901 apontado-a como preferida entre os mestiços e também entre indígenas.

Já o termo siriri foi pesquisado por diversos estudiosos, entre eles João Ribeiro que, em 1919, em seu livro O Folk-Lore sugeriu que o vocábulo seria uma junção de siri, que significa correr, e ociriri, cujo significado é "aquele que foge, corre".

Mesmo os tocadores e dançadores de siriri de Mato Grosso divergem sobre a origem do termo. Um deles, Luis Marques da Silva, acha que o nome da dança pode estar relacionado à movimentação dos cupins alados, conhecidos por ele pelo nome de siriri. Para Maria de Lurdes Antunes, a dona Didi, siriri tem a ver com roda e com um bichinho com asas que "arrodeia".

A dança faz parte do costume tradicional, principalmente das pessoas mais simples, sendo dançada em ocasiões festivas, especialmente festas de santo, batizados, aniversários, carnavais. Mas há cerca de 20 anos, o siriri fazia parte dos folguedos de Carnaval, ao lado do entrudo, brincadeira de jogar água um no outro.

Geralmente o siriri é dançado em rodas, simples ou duplas -uma inserida na outra ou de fileiras. As coreografias dependem muito da moda que será cantada, mas encantam a todos, deixando clara a magia da cultura mato-grossense.

Já o cururu é classificado como uma dança em sacra e profana. Na sacra, também chamada de função, geralmente acontecem as orações aos santos de devoção popular e tem o objetivo de louvar ou homenagear aquele determinado santo. A profana é aquela dança acompanhada pelos desafios e versos dos repentistas, por trovas de amor e uma variada coreografia.

O cururu é dança de roda permitida só para homens, ao som de desafios cantado, com acompanhamento instrumental (viola de cocho, mocho e ganzá). O cantador tem liberdade de tempo para cantar, e só quando finalizar é que o desafiante pode iniciar a resposta, que precisa ser na mesma carreira.

Serviço - A Noite do Siriri e do Rasqueado acontece a partir das 20h no Centro Cultural Casa Cuiabana (General Valle, 181). Os ingressos custam R$ 5,00. Informações: 3613-9236.




Fonte: Da Assessoria

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