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Nacional
Segunda - 28 de Agosto de 2006 às 16:50

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A polícia realizou um "arrastão da ordem", neste domingo, e acabou com uma feira clandestina que se realizava em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro, onde eram vendidas peças de automóveis e carros roubados. Na feira, conhecida como Robauto, foram detidas 20 pessoas e apreendidas aproximadamente duas toneladas de peças e dois carros.

Dos detidos, apenas ficaram presos - José Miguel da Piedade, serralheiro, 38 anos, que havia ido pagar uma Fiat que comprara por R$ 6,5 mil e valia R$ 20 mil. O carro tinha sido roubado em Nova Iguaçu. E José Rodrigues da Silva, comerciante, 51 anos, que vendia peças de automóveis roubados. A feira conhecida como Robauto começou a aparecer em Campo Grande, depois que a polícia acabou com outra feira clandestina, a de Acarí, onde também eram vendidos carros, peças de automóveis, botijões de gás e muitos outros objetos roubados. De início, eram poucas pessoas. Mas depois, ela foi crescendo e o movimento já era muito grande.

Segundo o comissário Alexandre Estelita, da DRFA, durante os dois meses de investigações, policiais foram infiltrados e se passaram como interessados em adquirir peças de automóveis. a feira e os vendedores foram filmados neste tempo. Depois de concluída a investigação, a área foi toda mapeada para evitar que durante a operação os criminosos fugissem.

Na manhã de domingo, quando foi deflagrada a operação, as ruas foram cercadas para impedir qualquer fuga. Assim mesmo, muita gente ainda conseguiu escapar da prisão durante o tumulto que se formou com a chegada da polícia.

Os 60 policiais chegaram em várias viaturas e cercaram logo a avenida Manuel Caldeira de Alvarenga e rua Itabaí, onde estava sendo realizada a feira clandestina. No local, a polícia abordou os vendedores. Quem não tinha nota fiscal do que estava vendendo era detido e a mercadoria apreendida.

No "arrastão" promovido pela Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis, foram apreendidos pneus, bancos, carburadores, tanques com combustível, cintos de segurança, calotas, transmissão, rodas, burrinho de freio, balança, caixa de direção, faróis, lanternas, painéis, amortecedores, autofalantes, baterias, equipamentos para vidros elétricos, comando de setasm comando completo de cinto de segurança e outros.

Os vinte detidos foram levados para a delegacia e prestaram depoimentos, sendo 18 liberados. "Eles foram colocados em liberdade porque não há, em princípio, nada contra eles. Mas continuam sob investigação pois queremos saber de quem eles compravam as peças para serem revendidas", explicou o delegado Gilberto Ribeiro.

Segundo ele explicou, dos detidos apenas ficaram presos e foram autuados em flagrante por receptação de roubo, o serralheiro José Miguel da Piedade e José Rodrigues da Silva. José havia comprado o Fiat Strada na feira. O carro havia sido roubado em 14 de julho do ano passado em Nova Iguaçu, área da 52ª DP.

O dono foi rendido por um homem armado que levou o carro e os documentos. Já José Rodrigues, foi autuado porque o carro Parati branco, placa LGY 4032, que estava em seu poder, tinha o motor pertencente a um Gol que constava como tendo sido roubado em 28 de fevereiro do ano passado, na área da 33ª DP (Realengo).

O delegado Gilberto Ribeiro alertou as pessoas para que evitem comprar peças de automóveis ou até mesmo carros em locais duvidosos, lembrando que as vezes uma pessoa foi assaltada, reagiu e morreu baleada, sendo seu carro roubado e desmontado pelos bandidos.

Os preços cobrados pelos feirantes clandestinos variavam, geralmente, entre 10% e 20% do valor do mercado. Um jogo de auto-falantes, que custa entre R$ 200 e 300, era vendido a R$ 45. Um comando de seta, que vale nas lojas até R$ 600, custava R$ 80. Um farol, de R$ 200 era vendido a R$ 10. Pneus, que custavam mais de R$ 100, era adquirido na Robauto por R$ 30. Um comando completo de cinto de segurança, que no mercado custa entre R$ 200 e R$ 300, estava sendo vendido a R$ 60.





Fonte: Terra

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