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Politica Brasil
Quinta - 24 de Agosto de 2006 às 06:56
Por: Kleber Lima

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Assistindo ao debate ontem na TV Record tive a confirmação de que temos péssimos, ruins e não muito ruins candidatos ao Governo do Estado. Como não temos mobilização para anularmos mais de 50% dos votos, o que forçaria uma nova eleição sem os atuais postulantes, torna-se imperativo a escolha daquele que vai tentar fazer uma administração menos desastrosa.

Vamos à análise "fria e calculista" dos candidatos de ontem.

Candidato Bento Porto - Atarracado em sua cadeira,Bento Porto fez pairar no ar os tempos da ditadura, com seus aforismos autoritários, esbravejando contra as câmeras de TV e adotando um discurso agressivo. Protagonizou um dos bons momentos do debate discutindo com o candidato do PSOL. Mostrou um destempero impróprio para um Governador. Representa uma espécie de continuísmo, afinal já ocupou vários cargos públicos sem criar nada de relevante. Se mostrasse mais sabedoria e serenidade, além de mais habilidade política, seria um candidato razoável. Mas não mostrou essas qualidades. Deveria tentar se candidatar a vereador e tentar reconstruir sua carreira. Seus números sobre a saúde, à época que foi secretário municipal, não dizem nada, pois números não traduzem qualidade e sim quantidade, e isso não é suficiente para o cidadão.

Candidata Serys Marli - Também atarracada em sua cadeira, mostrou-se sem convicção diante das denúncias de envolvimento com a máfia das sanguessugas. Pertence a um partido totalmente desacreditado e descredenciado para a administração pública, o PT. Como, em essência, votamos em programas de partidos políticos e não de propostas individuais, torna-se extremamente perigoso elegermos o PT para o Governo de Mato Grosso, haja vista escândalos com Lula e Alexandre César. Sua propalada idoneidade foi manchada com a denúncia da máfia das ambulâncias e com políticos temos que interpretar o código penal diferente: são culpados até que prove sua inocência. Resta a sugestão de que mude de partido ou funde um novo, não seria vergonha nenhuma e sim um ato de coragem e independência.

Candidato Antero - Chegou ao debate com graves e fundadas acusações de formação de quadrilha e improbidade adminstrativa. Permaneceu 8 anos no senado e segundo suas próprias palavras apresentou 3 propostas relevantes, ou seja, 1 proposta a cada 2,7 anos. É muito pouco. Por esse motivo é impossível acreditar que vai fazer alguma coisa em 4 anos, se em 8 passou em branco. Nos últimos dias foi envolvido com a máfia das ambulâncias e tal qual como a candidata acima, é culpado até que prove a sua inocência. Por também representar o continuísmo, a perpetuação no poder de uma mesma família oligárquica, pelas acusações, pela inoperância no senado, torna-se a última opção como candidato ao Governo de Mato Grosso. Deveria se aposentar da vida política e tentar uma carreira no setor privado. Ou viver de rendas.

Candidato Blairo Maggi - Como disse Maquiavel, um governante se mede pela competência dos seus conselheiros, aqui nesse caso de seus secretários. E se levarmos Maquiavel ao pé da letra, Maggi não poderia ser reeleito, pois possui uma equipe de incompetentes e inoperantes secretários. Ruins que doem. Ele precisa prestar mais atenção nisso. Temos que comentar também sua obssessão com o agronegócio e monocultura da soja. A história já provou que a monocultura levou várias nações à derrocada e isso pode acontecer com nosso estado. Nesses 4 anos fez muito pouco para quem tem um grande ímpeto administrativo: construiu poucas escolas diferenciadas (4 ou 5), nenhum hospital, comprou carros para a polícia que não foram identificados (adesivados) e não enxugou a máquina pública. Mas de tudo, o mais grave, foi alocar recursos da saúde para Deus sabe onde. Possui contas reprovadas pelo TCE.

Candidato Mauro César - Candidato com muito vigor e muita vontade. Tanta vontade que não foi capaz de expressá-las de maneira inteligível. Precisa melhorar a dicção e a oratória para que possamos entender o que ele fala. Impetuoso como o PSOL e a respectiva candidata a presidente, enfrentou caciques da nossa política. Infelizmente é uma incógnita e não podemos ter certeza de que representa "o novo" como ele afirma. Não me pareceu preparado para ser um governador. Deveria ser mais humilde e menos ambicioso. Está em um excelente momento para se candidatar a presidente de bairro ( talvez CPA) ou no máximo para vereador. Precisamos conhecer o seu perfil em um cargo que detenha menos poder e onde possa causar menos estrago, caso seja igual aos candidatos que tanto combate.

Candidato Josmar Alderete - Deveria arrumar um outro sobrenome. O vigor que sobra no candidato do PSOL, falta neste candidato. Pareceu-me inteligente e de bom raciocínio, porém lento nas palavras e sonolento na colocação das idéias. Como candidato cristão corre o risco de colocar grande parte da administração nas mãos de Deus e, como sabemos, Deus não é brasileiro, tampouco matogrossense. Sendo assim, os desmandos podem ocorrer com mais facilidade e frequência. Seu estilo - atentem-se marqueteiros - demonstra como possivelmente será o seu governo: devagar, quase parando, com pausas para descanso e para beber água. Se tivesse uns 30 anos a menos seria o candidato ideal para vereador. Não serviria para presidente de bairro, afinal, este tem que andar muito e pelo bairro todo. Na velocidade dele, as eleições acabariam antes.

Se juntássemos as qualidades de cada um formaríamos um excelente candidato. Como isso não é possível, que vença o menos pior, lembrando sempre que cada povo tem o governante que merece.





Fonte: Da Assessoria

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