Polícia interroga presidente de Israel por suposto assédio sexual

O presidente de Israel, Moshe Katzav, 61, foi interrogado nesta quarta-feira no próprio gabinete pela polícia como parte de uma investigação de assédio sexual que poderia obrigá-lo a renunciar, informou a rádio militar.

Na terça-feira, os investigadores revistaram os escritórios do presidente e confiscaram o computador pessoal de Katzav, assim como outros documentos.

O presidente é suspeito de ter abusado de sua autoridade e obrigado duas funcionárias da presidência a manter relações sexuais com ele, ameaçando as mesmas de demissão caso se recusassem a obedecer suas ordens.

A polícia também examinará as suspeitas em torno da maneira como o presidente administra os pedidos de clemência de alguns detentos que são submetidos a sua consideração.

Segundo a imprensa, Katzav teria favorecido certos prisioneiros.

Com base nos resultados da investigação, o conselheiro jurídico do governo, Menahem Mazouz, decidirá o eventual indiciamento do presidente, que não tem nenhuma imunidade por causa do cargo.

Moshe Katzav, político do partido Likud, se tornou no ano 2000 o primeiro homem de direita a ocupar a função de presidente de Israel.

Nascido no Irã, chegou a Israel pouco depois da criação do Estado em 1948. Foi ministro em várias ocasiões, em particular dos Transportes e Turismo.

Seu antecessor, Ezer Weizman, falecido em abril de 2005, foi obrigado a renunciar em 2000, três anos antes do fim do segundo mandato, por causa de um escândalo de corrupção.