Apenas dois deputados renunciam para evitar cassação
O prazo para os deputados acusados de participação no esquema desistirem de seus mandatos terminou à meia-noite de segunda. Após isso, a renúncia não evitará a investigação e uma eventual cassação de direitos políticos caso haja condenação.
Três senadores e 69 deputados foram acusados pela CPI dos Sanguessugas de envolvimento no esquema de desvio de recursos da saúde.
A investigação da CPI encontrou indícios considerados irrefutáveis contra pelo menos 40 parlamentares citados.
Segundo afirmou à Reuters um integrante da comissão sob a condição do anonimato, 15 parlamentares receberam dinheiro diretamente em suas contas correntes. Outros 25 teriam obtido vantagem financeira por meio de auxiliares ou parentes. "Contra esses as provas são quase incontestáveis", afirmou.
Os demais, disse a fonte, teriam se beneficiado de presentes --como automóveis e passagens aéreas-- ou recebido propina em espécie diretamente das mãos do empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, um dos sócios da empresa Planam, considerada a pivô do esquema. "Contra esses parlamentares o trabalho de condenação vai ser mais difícil", afirmou o mesmo parlamentar.
No Senado, estão sob suspeita de envolvimento nas irregularidades os senadores Ney Suassuna (PMDB-PB), Magno Malta (PL-ES) e Serys Slhessarenko (PT-MT). Eles negam qualquer participação nos desvios.
Nesta segunda, Suassuna protocolou sua defesa junto à Secretaria Geral da Mesa do Senado. Malta e Serys já haviam feito o mesmo na sexta-feira.
Os documentos foram encaminhados ao presidente do Conselho de Ética da Casa, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), que deverá indicar os relatores dos processos até a terça-feira.
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