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Meio Ambiente
Quinta - 17 de Agosto de 2006 às 00:15

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Astrônomos reunidos em Praga decidem nesta quinta-feira se o Sistema Solar passará a ter 12 planetas em vez dos 9 atuais - podendo ainda incorporar novos planetas que sejam descobertos nos próximos anos.

A proposta desenvolvida pela União Astronômica Internacional (IAU, na sigla em inglês) reconhece oito planetas clássicos - Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno - três pertencentes a uma nova categoria chamada "Plutões" - Plutão, Caronte e Xena, ou 2003 UB313 - e o asteróide, Ceres.

Todos os livros escolares e universitários teriam que ser reescritos e os critérios para o reconhecimento de novos planetas mudariam definitivamente dependendo da decisão dos 2,5 mil cientistas reunidos na Assembléia Geral da IAU.

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"Pela primeira vez em mais de 75 anos, seremos capazes de descobrir novos planetas no nosso Sistema Solar. Essa é uma perspectiva fascinante", diz Richard Binzel, integrante da comissão que desenvolveu a proposta.

Plutão

Especialistas estavam divididos até o momento sobre o status de planeta de Plutão.

Desde o início dos anos 90, astrônomos descobriram vários outros corpos celestes de tamanho comparável a Plutão, o que iniciou a polêmica sobre um possível rebaixamento do planeta.

A discussão aumentou depois que foi confirmada a verdadeira extensão do 2003 UB313, descoberto no ano passado por Mike Brown e outros cientistas do Instituto de Tecnologia da Califórnia.

O 2003 UB313 tem cerca de 3 mil quilômetros de diâmetro, 700 quilômetros a mais do que Plutão.

Na proposta do IAU, Plutão continuaria sendo um planeta, mas faria parte da nova categoria "Plutões", que incluiria também Caronte - considerada uma lua de Plutão até o momento - e o 2003 UB313.

Owen Gingerich, que dirige o Comitê de Definição de Planetas da IAU afirmou: "De certa maneira estamos rebaixando Plutão quando o retiramos da lista de planetas clássicos, mas ao mesmo tempo o estamos promovendo por torná-lo o protótipo desta nova categoria de Plutões".

Novos critérios

A base para as mudanças no Sistema Solar é uma nova definição de planeta, que usa a gravidade como fator determinante.

Os critérios para um objeto ser considerado um planeta passariam a ser que ele estivesse em órbita ao redor de uma estrela, mas que não fosse uma estrela, e que tivesse massa suficiente para que sua própria gravidade o deixasse com forma quase esférica.

Owen Gingerich disse à BBC que está confiante de que a resolução será aprovada em Praga: "Seria uma situação muito estranha se isso não acontecesse. Na tarde de domingo fizemos a proposta para o diretor da divisão e foi tomada a decisão unânime de apoiar o projeto". "Tenho certeza de que vai haver controvérsia com aqueles que apóiam outra solução, mas espero que consigamos a maioria", disse ele.

Mais corpos celestes devem ser reconhecidos como planetas num futuro próximo. A IAU já tem uma lista com pelo menos outros 12 candidatos que poderiam se tornar planetas uma vez que se descubra mais sobre seus tamanhos e órbitas.

Isso inclui os objetos distantes Sedna, Orcus, Quaoar e 2003 EL61 e os asteróides Vesta, Pallas e Hygiea.

"Com a nova definição, por enquanto teremos três novos planetas, mas nos próximos dois anos provavelmente haverá 50 a cem novos planetas", diz Mike Brown.

A IAU passou dois anos debatendo o assunto com seus membros até que uma comissão com sete integrantes foi formada para estudar as descobertas e definir uma proposta.

A organização é responsável pela nomeação dos planetas e luas desde 1919.




Fonte: BBC Brasil

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