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Internacional
Quinta - 10 de Agosto de 2006 às 12:56

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Um homem-bomba matou ao menos 35 pessoas e deixou mais de 120 feridas, na quinta-feira, perto de um dos locais xiitas mais sagrados do mundo, o santuário do imã Ali, na cidade de Najaf.

Um grupo insurgente sunita assumiu a autoria do ataque, o mais sangrento no país desde 18 de julho, quando 59 pessoas foram mortas por um homem-bomba na cidade de Kufa.

Funcionários de um hospital afirmaram que o homem-bomba detonou seus explosivos em um posto de controle quando estava a caminho do santuário do imã Ali.

O canal xiita de TV al-Forat disse que dois ataques foram realizados em Najaf, incluindo a explosão provocada pelo agressor suicida. A cidade é lar de alguns dos mais importantes clérigos xiitas do Iraque. "De repente, meu carrinho, as latas e as pessoas estavam voando pelos ares", disse Moussa Khadhan, um vendedor de rua de 37 anos de idade que estava perto do local da explosão.

Quando a dimensão do ataque ficou clara, ambulâncias saíram pelas ruas de Najaf pedindo por doações de sangue.

Canais de TV mostraram o corpo de uma criança sendo colocado ao lado de outros mortos ensanguentados em um terreno localizado perto de um hospital.

Entre as vítimas, marcadas com etiquetas numeradas colocadas em suas testas, havia policiais e civis, disseram funcionários do hospital e membros das forças de segurança.

Ali Fahad caminhava na direção do santuário com seu irmão quando a bomba explodiu. "Onde está meu irmão?", perguntava enquanto recebia curativos para queimaduras.

VIOLÊNCIA SECTÁRIA

Najaf, uma cidade majoritariamente xiita, atravessava até quinta-feira um período de relativa calma quando comparada com outras regiões do Iraque, onde atua com mais intensidade a insurgência sunita iniciada para tirar do poder o governo do primeiro-ministro Nuri al-Maliki, aliado dos EUA.

No entanto, em dezembro de 2004, um atentado com carro-bomba já tinha matado 52 pessoas e ferido ao menos 140 perto do mesmo santuário do imã Ali.

Os EUA aumentaram o número de soldados estacionados em Bagdá a fim de tentar diminuir o nível da violência sectária que divide a capital e mina a confiança no novo governo iraquiano, liderado pelos xiitas e no poder desde maio.

Mais 6.000 soldados iraquianos e 3.500 norte-americanos da 172a. Brigada Striker foram enviados à região de Bagdá. Esses militares devem iniciar, em breve, operações para tirar militantes e insurgentes dos bairros da cidade.

Maliki prometeu desarmar as milícias rivais e aproximar os grupos religiosos do país. Mas um importante político iraquiano afirmou que o problema atinge até mesmo os ministérios do governo.

"Desmobilizar as milícias significa desmobilizar os ministérios do Interior e de Defesa e desmobilizar as pessoas dos ministérios do Interior e de Defesa responsáveis por custear esses grupos", disse o presidente do Parlamento iraquiano, Mahmoud al-Mashhadani.

Quase 2.000 corpos foram levados para o necrotério de Bagdá em julho, a maior cifra mensal de mortos depois do atentado contra a Mesquita Dourada, em Samarra, em fevereiro, que detonou uma onda de assassinatos sectários no país.

Na quinta-feira, a onda de violência continuava a atingir o Iraque. Seis pessoas foram mortas por uma bomba em um restaurante do sul de Bagdá, disse um membro do Ministério do Interior. Um policial foi morto a tiros em Falluja. Homens armados mataram um civil em Mosul. E uma bomba matou dois policiais na cidade de Hawija, a sudoeste de Kirkuk.





Fonte: Reuters

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