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Internacional
Quarta - 09 de Agosto de 2006 às 11:01

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Depois que quatro semanas de combates não foram capazes de impedir os ataques com foguetes do Hizbollah contra Israel, o Estado judaico decidiu fazer uma mudança no comando de sua operação de guerra no Líbano.

Comentaristas de assuntos militares israelenses diziam nesta quarta-feira que a dramática substituição poderia abalar a moral no alto escalão das Forças Armadas, assim como na frente de batalha.

Numa medida surpreendente na terça-feira, o comando geral do Exército indicou o general Moshe Kaplinsky "para coordenar as operações no Líbano" e atuar como seu "representante" no quartel-general do responsável pelo Comando do Norte, general Udi Adam.

Adam tem sido o mais alto comandante na frente de batalha libanesa. A nomeação de outro general para supervisionar a campanha foi descrita numa manchete do diário Maariv como "uma demissão efetiva".

Sob o comando de Adam, o Hizbollah capturou dois soldados israelenses e matou outros oito numa ação cruzando a fronteira em 12 de julho, operação que deu início à campanha aérea e por terra de Israel contra a milícia libanesa, apoiada pelo Irã.

"A impressão era que ele apenas apagava incêndios, em vez de tomar a iniciativa", escreveu o comentarista Ron Ben-Yishai no diário Yedioth Ahronoth.

Ze''ev Schiff, um veterano analista de assuntos militares, afirmou no diário Haaretz: "Claramente, a mudança na liderança de comando não é boa pessoalmente para Adam, mas também manda um sinal negativo para (o Exército) e o público em geral".

Alguns analistas militares falaram sobre o histórico de Adam como oficial em unidades de tanques e questionaram se ele havia sido a escolha certa para uma campanha que é baseada sobretudo em ações aéreas, de artilharia e infantaria.

Kaplinsky, subcomandante-em-chefe e ex-comandante na Cisjordânia ocupada, tem forte experiência em infantaria. A indicação de Kaplinsky lembrou muitos israelenses do difícil início da guerra de 1973 no Oriente Médio, quando um comandante-em-chefe aposentado foi chamado para dirigir as operações no sul de Israel contra as forças do Egito que avançavam.

Em meio às críticas públicas sobre a incapacidade do Exército de esmagar o Hizbollah, Adam parece ter feito inimigos em Jerusalém ao sugerir, numa entrevista recente a um jornal, que os líderes israelenses hesitaram em aprovar o envio de tropas por terra ao Líbano.

"A decisão sobre quando mandar as tropas terrestres foi tomada pelo alto escalão político. Os ministros inicialmente não queriam entrar com as tropas", disse ele ao Yedioth Ahronoth.

Pelo menos 10.000 soldados estão no território libanês e encontram forte resistência do Hizbollah. Mais de 50 soldados israelenses morreram em combate.

Qualquer incursão mais profunda em solo libanês deve ser planejada por Kaplinsky, que já liderou a respeitada brigada de infantaria Golani e atuou por longos períodos na fronteira norte de Israel e dentro do sul do Líbano, antes da retirada israelense em 2000.

Adam, porém, continua no posto no quartel-general do Comando do Norte. "Durante uma guerra, o chefe de um comando militar... não deixa a frente de batalha, mesmo se o comandante-em-chefe pensar que alguém deve ser apontado para estar acima dele na hierarquia", disse Ori Orr, um general da reserva que já atuou como chefe do Comando do Norte.





Fonte: Reuters

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