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Cultura
Quarta - 09 de Agosto de 2006 às 07:43

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Está em exposição no Centro Cultural da Universidade Federal de Mato Grosso uma mostra de filmes que fizeram parte do Cinema Anarquista durante a Guerra Civil Espanhola. Uma exposição de fotos também pode ser apreciada pelos visitantes.

A programação segue até o dia 18 de agosto com entrada franca. Neste ano a Guerra Civil Espanhola completa 70 anos e em comemoração serão exibidos nove filmes. As apresentações serão sempre às 19h30.

Confira a programação:

"Aurora de esperanza" (60’,1937)

Produção: Antonio Sal

Barcelona, 1935. Filme de ficção no qual Juan é um modesto trabalhador que, ao voltar com sua família de suas férias, encontra sua fábrica fechada e tinham despedidos a todos os operários. Para evitar a fome e a miséria envia sua família para uma vila e começa a procurar trabalho, iniciando aí uma tomada de consciência junto com outros trabalhadores.

"Barrios bajos" (94’, 1937)

Direção: Pedro Puche

Um jovem advogado, que somente defende os direitos dos trabalhadores, surpreende sua mulher com outro homem, e com ciúmes, mata o amante com um tiro. Foge e se esconde em um bordel onde vive um amigo seu, um estivador chamado " El Valencia", que o acolhe e o protege não somente da polícia mas também das circunstâncias do lugar. A película é inspirada em um realismo poético, com marca da solidariedade e da amizade.

"La silla vacía" (18’, 1937)

Direção: Valentiín R. González

Mistura de filme documental com ficção. Mostra a história de um jovem sentando na varanda de um café que, comovido al ver mutilados de guerra se alista nas milícias que lutam na frente de batalha de Aragón.

"Nuestro cuplable" (87’, 1937)

Direção: Fernando Mignoni

Comédia muito delirante com números musicais que ironiza as relações entre a justiça e a sociedade burguesa. Um simpático ladrão, "El Randa", entra em uma mansão de um banqueiro e é descoberto pela amante do banqueiro. Cada um então resolve partir com seu butim, mas El Randa, em uma festa que organiza em seu bairro, como uma espécie de distribuição do botim, é preso pela polícia. Sua passagem pela prisão aproxima do surrealismo de Buñel. O filme questiona o poder, a autoridade, denuncia a ganância capitalista e ridiculariza a justiça burguesa.

"Carne de fieras" (68’, 1936) - Sessões: 14:00/16:30/19:00

A montagem desse filme não foi finalizada no período, e filme foi recuperado pelo cineasta e restaurador Ferrán Alberich, para a Filmoteca de Zaragoza, mantendo o roteiro original. Um filme raro do cinema de ficção, com momentos de grande lirismo, que propõe rupturas de valores, tabus e convenções. A trágica investigação sobre a história posterior dos participantes dessa película introduz um elemento dramático da vida real na narrativa ficcional. Talvez seja a mais importante produção do período. O diretor original, Armand Guerra, havia fundado em Paris, em 1913, a cooperativa Cinéma du Peuple e também realizado um filme sobre a Comuna de Paris.

O filme começa com o salvamento de um menino de rua que cai em um lago, e é salvo por um boxeador, que leva o pequeno para recuperar-se em sua casa, mas ele esta vivendo uma crise matrimonial. Na ação de salvamento conhece rapidamente uma jovem, a que lhe chama a atenção para o menino se afogando. O boxeador freqüenta circo e em um dos espetáculos seu olhar é atraído por uma linda jovem que passeia nua entre os leões (cena de extremo lirismo poético e sensualidade), e ele percebe que é a mesma mulher do parque. Um desmaio da jovem perante os leões aguça ainda mais seu ímpeto de aproximação com o objeto do desejo.

"Barcelona trabaja para el frente" (23’, 1936)

Direção: Mateo Santos

Documentário sobre as atividades do Comitê Central de Abastos e os trabalhos de preparação de provisões em Barcelona, e também a Frente de Aragón durante os primeiros meses da guerra.

"El frente y la retaguardia" ( 22’, 1937)

Direção: Joaquín Giner

Filme de propaganda que mistura imagens documentais de produção industrial e agrária com cenas de ficção na frente de batalha de Aragón.

"La última" ( 15’, 1937)

Direção: Pedro Puche

No começo do filme é anunciado como uma "abordagem jocosa-séria", que mostra com humor e de forma didática, os problemas do excesso de consumo de álcool.

"Otro futuro" (160’, 1989)

Direção: Richard Post

A partir de imagens de arquivos e de depoimentos de sobreviventes da Guerra Civil Espanhola, emerge um fascinante documentário sobre a aventura libertária na Espanha. O filme explora a experiência auto-gestão dos anarquistas e mostra as diferenças com o comunismo ortodoxo e com os valores do franquismo: abolição do dinheiro propiciando troca de mercadorias e serviços, aborto livre e gratuito dentro do processo de libertação das mulheres, educação laica, etc.





Fonte: RMT Online

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