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Meio Ambiente
Quarta - 09 de Agosto de 2006 às 06:49

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À tragédia humanitária causada pelo conflito entre Israel e a milícia xiita do Hezbolá está sendo somada uma catástrofe ambiental de graves conseqüências, com o derramamento de mais de 30 mil toneladas de combustível tóxico em águas libanesas, segundo um relatório oficial divulgado hoje em Roma.

O Centro italiano de Informação e Comunicação da Convenção de Barcelona (CIC/CB), ligado ao Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), apresentou hoje um documento no qual alerta para o "problema tóxico" causado pelo bombardeio israelense contra a central elétrica de Jieh, cerca de 30 quilômetros de Beirute.

Da central elétrica e seus depósitos saiu uma quantidade de combustível que fontes libanesas estimam em 30 mil toneladas, que "deram início a uma maré negra que atualmente se estende por pelo menos 120 quilômetros", assinala a organização.

O Centro de Informação e Comunicação da Convenção de Barcelona acrescenta que cerca de dez mil toneladas de óleo caíram ao mar após o bombardeio realizado entre 13 e 15 de julho último, e que outras 20 mil toneladas foram derramadas nas três semanas seguintes.

Vários organismos ambientais já tinham advertido sobre esse problema ambiental, mas o CIC/CB ressaltou que o produto "não é petróleo, e sim óleo combustível para instalações energéticas". Trata-se de um combinado químico que contém substâncias tóxicas como benzeno, tolueno e quantidades menores de outros compostos muito perigosos e que, segundo o estudo, ameaça cerca de três milhões de habitantes das zonas mais afetadas pela maré negra.

"A catástrofe é mais perigosa do que se pensava", alertou, em entrevista coletiva em Roma, o representante do CIC/CB, Simonetta Lombardo. É que, segundo o relatório, as substâncias que saíram da central elétrica são "de alto risco", já que são altamente cancerígenas e podem provocar danos no sistema endócrino. "Os habitantes de Beirute foram os primeiros (após o bombardeio) a respirar o benzeno da atmosfera, o que pode supor um gravíssimo perigo", ratificou Lombardo.

Na apresentação do relatório interveio também o ministro italiano do Meio Ambiente, Alfonso Pecoraro Scanio, que considerou que "bombardear uma central elétrica é provavelmente um alvo estratégico, mas que não leva em consideração as conseqüências que isso pode representar para a população civil". O ministro lembrou ainda que o Mediterrâneo "é um mar fechado", e que por isso os países da região "não podem ser indiferentes a esta catástrofe".





Fonte: Agência EFE

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