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Internacional
Terça - 08 de Agosto de 2006 às 12:23

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A ansiedade da população cubana em relação ao futuro da ilha parecia menor nesta terça-feira, oito dias depois de o líder Fidel Castro ter surpreendido o país ao entregar o poder para seu irmão menor, Raúl.

As autoridades do governo comunista, porém, mantiveram em alerta a polícia e as forças de segurança, incluindo os reservistas das Forças Armadas.

Operários continuavam pavimentando ruas e arrumando os bulevares da capital do país, Havana, em meio aos preparativos para a cúpula do Movimento dos Países Não-Alinhados, que acontece ali no próximo mês. O movimento reúne vários países em desenvolvimento.

"As pessoas estão se acostumando à idéia de que Fidel ficará afastado por semanas, por meses ou talvez para sempre", afirmou o motorista Manuel, um morador de Havana para quem a vida estava voltando ao normal.

Não foram divulgadas novas informações sobre o estado de saúde de Fidel, que passou o controle do governo no dia 31 de julho depois de submeter-se a uma cirurgia intestinal. Essa foi a primeira vez que o dirigente abriu mão do poder nos 47 anos em que está à frente da ilha caribenha, onde moram 11 milhões de pessoas.

Autoridades cubanas disseram na segunda-feira que uma sucessão governamental pacífica havia sido realizada na ilha caribenha. Elas repetiram as garantias de que Fidel estava melhorando após a cirurgia, mas as estimativas sobre o regresso dele ao poder variavam de semanas a meses, dependendo da fonte da informação.

As autoridades também criticaram os que previam, com a transferência de poder, um levante contra o governo comunista da ilha dominada por Fidel desde 1959, quando a revolução comandada por ele subiu ao poder.

O dirigente ainda não foi fotografado depois de ter passado o controle do governo para Raúl, de 75 anos, que também não apareceu em público e nem divulgou qualquer comunicado.

As atenções voltam-se agora para o aniversário de 80 anos de Fidel, no domingo. As festividades a serem realizadas na ilha foram adiadas para dezembro.

O governo cubano, de olho nos apelos feitos pelos EUA em defesa de uma transição para uma democracia multipartidária, amealha apoio internacional. O jornal Granma, do Partido Comunista de Cuba, publicou uma carta assinada por 400 intelectuais e simpatizantes estrangeiros, entre os quais Noam Chomsky, professor de linguística do MIT, o arcebispo sul-africano Desmond Tutu, prêmio Nobel da Paz, e o ator norte-americano Danny Glover. A carta pede aos EUA que não interfiram na ilha caribenha.

"Deveríamos, a qualquer preço, evitar uma nova agressão", disseram os signatários do texto.

Simultaneamente, as autoridades cubanas colocaram os moradores de áreas costeiras em alerta para detectarem qualquer sinal de uma força invasora.

"Eles estão realizando vigílias noturnas. Estamos em alerta", afirmou um estudante do vilarejo costeiro de Isabela de Sagua, localizado cerca de 320 quilômetros a leste de Havana.

O governo norte-americano tenta há décadas tirar Fidel do poder, mas autoridades dos EUA afirmam não haver planos para uma intervenção militar neste momento.





Fonte: Reuters

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