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Terça - 12 de Fevereiro de 2013 às 19:34
Por: RICARDO MENDONÇA

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Impopular e oriundo de um partido decadente, o DEM, Gilberto Kassab conseguiu um feito notável: criou uma sigla que, em menos de um ano, tornou-se a quarta maior da Câmara. Seu PSD tem só um deputado federal a menos que o PSDB, que foi fundado em 1988 e já ocupou a Presidência por oito anos.

Dois fatores ajudam a explicar essa força. O primeiro foi o iminente naufrágio do DEM, argumento para mobilizar ex-pefelistas preocupados com sua sobrevivência.

Depois, a adoção da norma da fidelidade partidária, que determinou punição para desfiliação sem "justa causa", mas deixou uma brecha para quem resolvesse trair com uma nova sigla. Com isso, o tradicional troca-troca acabou sendo canalizado para o PSD, a única legenda nova disponível no mercado.

Agora, é possível identificar mais de 30 siglas em diferentes estágios de formação. Não é difícil imaginar que o PSD deva ser visto mais como um "case" de sucesso do que um concorrente.

Nem todos os pretendentes devem conseguir cumprir as exigências legais para o reconhecimento oficial. Como as circunstâncias que ajudaram Kassab não devem se repetir, também não convém esperar que alguém consiga o "share" do PSD em pouco tempo. Mesmo assim, ainda que seja só para ser apenas mais um nanico, os incentivos para quem quer se aventurar não parecem pequenos.

Pegue o exemplo do PRTB de Levy Fidelix. Em 2012, a sigla elegeu 17 prefeitos e 414 vereadores. Em 2010, já havia emplacado dois deputados federais e dez estaduais. Em 2011, faturou R$ 1,6 milhão do Fundo Partidário. Em 2012, mais R$ 1,7 milhão.

Levy ainda tem um naco do horário eleitoral e, quando quer, pode dar a palavra final na formação de alianças que envolvem filiados.

O que vale mais: ser um dos 513 deputados federais ou presidente de sigla nanica? Levy não tem a imunidade reservada a parlamentares, mas é chefe de quase 450 políticos com mandato. Se quiser, nem precisa se expor.

Talvez seja difícil criar um partido que mobilize pessoas por uma causa legítima e tenha influência. A experiência mostra que menos difícil é fazer o registro cartorial de uma sigla. E pense bem antes de chamar um verdadeiro nanico de nanico.






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