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Nacional
Terça - 08 de Agosto de 2006 às 03:12

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Cansados de promessas que nunca foram cumpridas, um grupo de moradores do bairro do Cacuia, em Nova Iguaçu, no Rio de Janeiro, decidiu protestar pendurando faixas que pedem distância dos políticos.

"Candidato político. Sem obras você não é bem vindo. Não perca seu tempo e não tome o nosso, vá embora", diz uma delas, colocada na entrada da Rua Araruama, uma entre as dezenas que não têm asfalto, saneamento, nem iluminação pública.

A menos de 3 Km da rodovia Presidente Dutra, e entre Morro Agudo e Austin, o bairro da Cacuia tem cerca de 2 Km quadrado, 7.670 moradores, mas muitos problemas de infra-estrutura.

Esgoto a céu aberto

"As faixas significam um alerta para os políticos. Se quiserem aparecer por aqui, tragam obras primeiro. Estamos cansados de promessas", explica Sebastião Gonçalves de Souza, 50 anos, que convive com esgoto a céu aberto na porta de casa, na Rua Manoel Rodrigues de Sapanela.

O hábito de usar sacos plásticos nos pés em dias de chuva ainda é comum para muitos moradores, para evitar sujar os sapatos de lama. "Estamos esperando obras", disse a moradora Nilda Silva do Amaral, 58 anos, enquanto apontava para uma vala de esgoto nos fundos da casa, na Travessa Eduardo Caiado. "Quando chove, a situação piora", afirmou.

Nilda disse que não ajudou a pendurar as faixas, mas entende a revolta dos vizinhos. "É só promessa. Todo mundo cansa", disse. A falta de um posto de saúde 24 horas é outro problema. "Só podemos passar mal até as 17h. Depois, só indo para o Hospital da Posse", disse.

Falta infraestrutura

A prefeitura não informou quantas ruas do bairro são asfaltadas, mas segundo a associação de moradores, o índice não chega a 50%. A falta d¿água é outro drama. Quem mora nas partes altas, sofre mais. A falta de iluminação também aflige a comunidade da Cacuia, fazendo com que algumas ruas se transformem em local de desmanche de carros.

A Prefeitura de Nova Iguaçu informou que a Secretaria da Cidade está fazendo estudos no bairro, mas que não há previsão de quando as obras serão iniciadas.

O sociólogo Orlando Júnior, da ONG Solidariedade e Educação, acha o movimento resultado da crise de representação política do país, principalmente na Baixada. Já o professor Paulo D¿Ávila, do Departamento de Sociologia da PUC, considera a organização de movimentos pregando o repúdio a políticos uma novidade destas eleições.




Fonte: Terra

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