Cada parlamentar envolvido terá um capítulo no relatório
Os parlamentares serão divididos em três grupos. No primeiro, ficarão os 63 congressistas que receberam da Planam, empresa que funcionava como QG da máfia, depósitos em suas contas bancárias ou nas de parentes e assessores.
No segundo, os 21 apontados pelos donos da Planam, Luiz Antônio e Darci Vedoin, como tendo ganhado dinheiro vivo. No último, serão abrigados seis acusados contra os quais o relator avalia que não há provas. "Nós estamos valorando cada uma das provas, cada uma das interceptações telefônicas, as repetições nos depoimentos , quando mais de um depoente faz referência idêntica sobre o parlamentar.
Esse é o nosso trabalho maior neste momento", afirmou Lando. O relator disse que vai propor medidas corretivas para evitar que o Orçamento da União seja alvo de ataques como os praticados pelos sanguessugas, que desviavam verbas federais de saúde por meio de compras superfaturadas de ambulâncias. Confirmou ainda que encaminhará aos Conselhos de Ética da Câmara e do Senado os nomes dos parlamentares acusados de terem participado da máfia. "Eu não posso cassar ninguém, só encaminhar ao Conselho de Ética para a análise da participação dos parlamentares", ressalvou.
Entre os desafios que o relator terá na elaboração de seu relatório, está a análise da situação do líder do PMDB no Senado, Ney Suassuna (PB). Um assessor do parlamentar, Marcelo de Carvalho, foi acusado por Luiz Antônio Vedoin de ter recebido R$ 225 mil do esquema e não conseguiu convencer a CPI de que parte desse dinheiro (R$ 29 mil) seria fruto da venda de um barco. "Essa história do barco está furada", atestou Lando. Agora resta saber se ele vai indicar o nome de Suassuna ao Conselho de Ética do Senado.
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