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Cultura
Segunda - 07 de Agosto de 2006 às 07:58

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Quando o assunto é sexo, o interesse é certo. E a polêmica também. Do mesmo modo que cada um tem sua própria orientação sexual, as reações ao tema também costumam primar pela diversidade. Exatamente por isso, os autores costumam tratar o assunto com muito cuidado, já que nem toda controvérsia vem para ajudar. Mesmo assim, falar de sexo é inevitável.

O autor Aguinaldo Silva, por exemplo, destaca que o sexo não pode ser deixado de lado. Mesmo quando a narrativa traga elementos que possam choquem os mais recatados. "Na verdade, o que gente pode perceber é que o sexo exerce um tremendo fascínio no público em geral e é sempre polêmico", avalia.

Páginas da Vida da Globo, é um bom exemplo. A trama escrita por Manoel Carlos tem gerado grande polêmica. Isso porque os personagens da novela falam abertamente sobre sexo, além de revelarem alguns detalhes íntimos. É o caso da bela Olívia, vivida por Ana Paula Arósio, que não esconde do marido Silvio, interpretado por Edson Celulari, seus desejos e ainda confessa disposição para possíveis "puladas de cerca". "Numa novela é importante destacar as diversas facetas dos relacionamentos e o sexo tem de entrar nessa discussão", defende Manoel Carlos.

Já Gilberto Braga, que se prepara para escrever a próxima novela das oito, no lugar de Páginas da Vida garante que assim como outros temas, costuma tomar certos cuidados na hora de abordar o assunto. Para o autor, é preciso pensar como o sexo vai ser "digerido" por pessoas de diferentes formações. "Tenho 60 anos e não sou nada conservador. Como escritor, no entanto, devo levar em conta os que não têm o perfil igual ao meu", pondera.

Opinião parecida tem Lauro César Muniz. O autor de Cidadão Brasileiro, da Record, confessa que não tem como não abordar o tema numa novela. Para ele, nem mesmo o fato de atualmente escrever uma trama de época, ambientada na reprimida década de 1950, é motivo para deixar de lado o assunto. Lauro César acrescenta também que a teledramaturgia reflete as questões morais da sociedade e, por isso, o sexo faz parte do enredo de suas tramas. O autor, porém, conta que procura não escandalizar o público.

"Novelas retratam o que é real e o sexo é uma realidade para todas as pessoas. Só precisamos ter alguns limites, como o próprio horário em que vai ao ar, por exemplo", ressalta.

O horário, por sinal, também costuma ser fundamentais na forma dos autores escreverem sobre sexo. Antônio Calmon, por exemplo, sempre escreveu novelas das sete, como Beijo do Vampiro e Começar de Novo. Como são tramas que atingem um público infanto-juvenil, o autor procura "pegar leve". Ele ressalta, porém, que exceto por uma insinuação ou outra, evita tocar no assunto. Mas, na medida em que o tema central de qualquer novela é o amor, não tem como dissociá-lo do sexo. "Me sinto até meio puritano no meio dos outros autores. Na tevê, eu sou uma freira", brinca.

Já Carlos Lombardi, autor de Uga Uga e Kubanacan, prefere evitar polêmicas. Isso porque está para apresentar a sinopse de Pé na Jaca, próxima novela das sete, que entrará no lugar de Cobras & Lagartos. O autor nem mesmo dá mais detalhes sobre o teor da trama, que terá como uma de suas personagens principais uma cobiçada freira, papel que será vivido por Déborah Secco. "Por favor, me inclua fora dessa, não quero ter problemas", pede.

Choque de imagens Se diálogos sobre sexo nas novelas já geram polêmica, as cenas de nudez provocam um verdadeiro escândalo. E volta e meia, uma dessas produções entram a na alça de mira do Ministério Público. Atualmente, o MP do Rio estuda medidas contra a novela Cobras & Lagartos, da Globo. O motivo são as freqüentes cenas, na fictícia Luxus, em que modelos aparecem apenas de calcinha. Apesar do bafafá, o autor João Emanuel Carneiro confessa que não procura chocar o público com as imagens. "Nada do que a novela vem mostrando é novidade na tevê", minimiza.

O diretor Edson Spinello, de Bicho do Mato, da Record, também garante que não tem como deixar de incluir cenas de nudez na novela. Tanto que no primeiro capítulo da trama o personagem Juba, de André Bankoff, apareceu tomando banho de rio completamente nu. A nudez do protagonista, aliás, é motivada pelo fato dele ter nascido entre os índios e viver no Pantanal Mato-grossense. "Lá, as pessoas tomam banho uas, o que é muito normal. Não faremos nada gratuito, nada que deixe o telespectador constrangido, pois essa não é nossa intenção", jura.

Já Ignácio Coqueiro, diretor de teledramaturgia da Band, avisa que Paixões Proibidas, próxima novela da emissora, terá uma trama bastante "apimentada". Inspirada nos livros Amor de Perdição, Mistérios de Lisboa e Livro Negro de Padre Dinis, do português Camilo Castelo Branco, a novela vai contar com histórias que vão explorar uma narrativa com muitos romances e traições, além de várias cenas de nudez. "Como será exibida às 22 horas, o horário vai permitir a nudez de vários personagens. Mas não vamos chocar ninguém", adianta.

Instantâneas A abertura de Brega & Chique, da Globo, deu o que falar. Isso porque ela mostrava o modelo Vinícius Manne completamente nu. Assim que foi ao ar o primeiro capítulo, os telespectadores reclamaram da nudez. A emissora resolveu, então, colocar uma folha de parreira na região glútea do rapaz.

O Ministério da Justiça considerou Celebridade, da Globo, imprópria para 14 anos e, por isso, a novela passou a ser exibida às 21 horas. O motivo eram as cenas excessivas de nudez. Logo na primeira semana, a trama mostrou um "topless" protagonizado pelas atrizes Déborah Secco e Juliana Paes.





Fonte: 24HorasNews

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