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Internacional
Sábado - 05 de Agosto de 2006 às 19:10

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Milhares de pessoas fugiram de confrontos entre tropas leais ao general Laurent Nkunda e o exército congolês neste sábado, que mataram dois soldados do governo, afirmaram autoridades.

A batalha na cidade de Sake, leste do país, também deixou feridos 18 civis e 17 soldados do governo e pelo menos dois integrantes do grupo de Nkunda, afirmaram representantes da Organização das Nações Unidas (ONU).

Fugindo dos tiros, mulheres carregando crianças nas costas e homens levando malas e colchões caminhavam em uma longa fila ao longo da estrada que leva à capital da província, Goma, distante cerca de 20 quilômetros da fronteira com Ruanda.

"Os tiros pararam. Há medo e apreensão. Houve um pequeno desentendimento, mas nada para se preocupar", disse o general-brigadeiro GV Satyanarayana, comandante das forças da ONU em Kivu do Norte, à Reuters em Sake.

Comandos dos soldados de Nkunda e da 9a brigada do exército chegaram a um acordo para retirada de ambas as forças da cidade depois de promoverem um tiroteio. O acordo foi aplaudido pelos moradores que permaneceram no local.

Pacificadores da ONU, parte de uma força de 17 mil homens no Congo, estão patrulhando Sake para impedir o surgimento de novas hostilidades.

A República Democrática do Congo promoveu sua primeira eleição multipartidária em mais de 40 anos no domingo, organizada para cimentar um processo de paz iniciado após uma guerra que durou de 1998 a 2003 e na qual Nkunda se rebelou contra Kinshasa.

"Votem em Kabila! Votem em Kabila!" gritavam pessoas depois da chegada das forças de paz da ONU.

O presidente Laurent Kabila, considerado responsável pelo acordo de paz em 2003, é favorito para vencer a eleição, mas os resultados não devem sair antes de pelo menos duas semanas. Líderes da oposição afirmam que o pleito foi fraudado.

"Estamos nos aliando a Kabila porque ele é o único que pode trazer a paz", disse Faustin Kasoly, 38, morador de Sake.

Nkunda, pertencente à etnia Tutsi, presente em Ruanda, Burundi e no Congo, é alvo de um mandato internacional de prisão emitido pelo governo congolês. Ele é acusado de atrocidades cometidas contra civis desde 2004.

Ele disse na semana passada que quer negociar o encerramento de seu movimento com o vencedor da eleição de domingo passado, mas alertou que voltaria às armas se um novo presidente tentar derrotá-lo militarmente.





Fonte: Reuters

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